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Jomar Fernandes analisa trajetória da economia maranhense de 1890 a 2010

Jomar Fernandes devassa a formação econômica do Maranhão, buscando compreender o atraso socioeconômico do Estado


O economista Jomar Fernandes, ex-prefeito da cidade de Imperatriz, divulga na internet o primeiro volume do livro de sua autoria, intitulado Economia Maranhense de 1890 a 2010, que busca uma nova interpretação da formação econômica do Maranhão.
Por ser um trabalho de natureza acadêmica, ele parte de um determinado referencial teórico-metodológico, tanto no campo da economia, como no da história. Na área econômica, as principais fontes são os estudos de Karl Marx e seus seguidores sobre a sociedade capitalista e a rebelião de Keynes, Kalecki, Sraffa e Joan Robison contra a teoria neoclássica que ainda hoje representa o mainstream economics (o pensamento ortodoxo, dominante na economia).
O período objeto do estudo também remete a um referencial. Trata-se da teoria do Sistema Mundo, cujos principais expoentes são Wallerstein e Arrighi que, baseados na Escola do Annales, dos historiadores franceses Lucien Febvre e Marc Bloch, analisam a economia em períodos de longa duração (com créditos para Kondratiev na economia e Fernand Braudel, na história) e em espaços ampliados, quase sempre, globais.
Pelos fundamentos dessa corrente teórica, os acontecimentos típicos do século vinte, por exemplo, começaram antes e terminaram depois dos 100 anos da cronologia tradicional. Na minha pesquisa, o “longo século XX” maranhense começou em 1890 com o início da industrialização têxtil e se estendeu até a primeira década do século XXI, quando mudanças estruturais se consolidaram na tecnologia, no sistema produtivo e no sistema financeiro mundial.
O objeto do livro – formação econômica de um espaço historicamente determinado – exige uma abordagem interdisciplinar própria das ciências econômicas, que precisa constantemente do concurso de outras ciências sociais e humanas, especialmente a sociologia e a história, além das ciências exatas, como a matemática e a estatística.
O leitor vai encontrar laços evidentes entre a evolução histórica e a formação econômica do Maranhão nos períodos colonial, imperial e republicano, sempre com contextualizações com os acontecimentos e movimentações do capital em nível mundial. Como já alertamos, trata-se de uma nova interpretação que não pretende esgotar nenhum tema, mas abrir novas veredas para o debate e a pesquisa sobre o Maranhão.
Segundo Jomar Fernandes, o livro busca preencher uma lacuna no estudo da formação econômica do Maranhão. E apesar de sua carga teórica, “própria do labor acadêmico dos cursos de economia”, apresenta dados empíricos importantes para qualquer análise sobre o tema, além do estudo inédito na literatura econômica do Maranhão, sobre a comprovação da superexploração da força de trabalho em quatro períodos específicos da história deste Estado, entre os marcos temporais de 1890 e 2010.
Essa situação na base econômica da sociedade, impediu a formação de um mercado interno e, junto com outros fatores – dentre eles, o Estado oligárquico –, contribuiu para o recorrente atraso socioeconômico maranhense em todo o largo período objeto da pesquisa.
O lançamento do livro aconteceu no dia 27 de novembro de 2020, seguindo todos os protocolos de segurança, o que restringiu bastante a dimensão do evento.
Mas isso foi compensado pela transmissão ao vivo pelo Facebook e pelo canal do Youtube do Conselho Regional de Economia com links para todas as unidades da Federação.
O autor – Filho do contador Jomar Fernandes Pereira, falecido em 1960 aos 25 anos de idade e Tereza Cardoso Pereira, servidora pública aposentada e apreciadora da literatura maranhense, Jomar Fernandes é casado com Terezinha Fernandes, ex-deputada federal pelo PT, tem três filhos e cinco netos.
Ele fez o ensino fundamental no Colégio Nina Rodrigues, do poeta Carlos Cunha, e o ensino médio na antiga Escola Técnica Federal do Maranhão. Cursou todo o básico de Engenharia Elétrica na UFMA, mas não concluiu. É graduado em Estudos Sociais pela Uema e em Economia pela UFMA. É pós-graduado em Auditoria Contábil e mestre em Desenvolvimento Socioeconômico. Profissionalmente é auditor fiscal de carreira da Sefaz-MA.

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