PAULO SILVESTRE AVELAR SILVA*

Salve, Cururupu, minha “Terra Santa”, terra abençoada, estou a te saudar.

Neste dia quão especial, teus 184 anos, ainda uma inocente menina para muito trilhar. Do alto da tua histórica Igreja, repousa São João Batista, teu vigilante padroeiro. Para nós, teus filhos e filhas, protetor de causas tantas e bondoso milagreiro.

A memória me traz viva imagem dos teus povoados: Monte Alegre, Salinas, Cocal, Maracujatiua, Fortaleza, Ceará, Santa Maria, Aquiles Lisboa, Aliança, Boa Vista, Condurus, Oiteiro, Baiano, Vinagreira, como não lembrar Cedro, Alto Brasil, Tapera de Baixo, Entre Rios, Rumo, Santa Rita, como ainda esquecer a Floresta dos Guarás. Uma mistura de raças, culturas, sonhos que, impulsionados pelas velas, transpõem o além-mar

Teus bairros Armazém, São Benedito, Areia Branca, Brasília, Três Corações, Liege, Jacaré, Rodagem, Ceará, Pitombeira, onde emanam vida, esperança, devoção e fé. A Beleza de tuas praias, Guajerutiua, São Lucas, Mangunça, Porto Alegre, Mirinzal, Peru, Prainha, Valha-me Deus, Lençóis, Bate Vento, Retiro, Caçacueira, místicas ilhas da minha Cururupu.

Fincada ao norte do Maranhão, Região Litorânea, as mais belas praias que nos deu o mar. Deixara tuas madeixas, Cabelo de Velha, para em 1841, romper o cordão umbilical de Guimarães, e a cidade mais linda se tornar.

Hoje, após 184 anos, és uma fusão de indígenas, africanos, portugueses, gente de toda parte, de toda cor. A pele, os olhos, os tamanhos, os sonhos, são distintos, como deveria ser, contudo, por ti há um só amor.

Chegaste até aqui, na tua “pelêja” diária, sem perder teus encantos, tua alegria, tua essência peculiar. Terra acolhedora, do folclore: Carnaval, Santo Reis, O Divino, com suas “caixeiras”, abrilhanta, o lugar. Vivem em mim o Tambor de Crioula, o Tamborim, o Boi de Zabumba, o Boi de Costa de Mão.

Ó, minha bela Cururupu, és uma “ladra”: roubas meus pensamentos, meus sentimentos, rouba minha saudade, roubaste, ad eternum, meu coração.

*Procurador de Justiça/MPMA, presidente da Academia Cururupuense de Letras (ACL), membro da Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares (Amclam).