Tecnologias no agronegócio

LUIZ THADEU NUNES E SILVA
Engenheiro Agrônomo, escritor e globetrotter. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.
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Esta semana recebi uma mensagem de Armando Mendes. Produtor da rádio Mirante News, convidando-me para uma entrevista. A pauta “Tecnologias no agronegócio”. Na quarta-feira (12), durante uma hora, participei do programa “Atualidades”, onde fui entrevistado pelos jovens apresentadores Marcelo Rodrigues e Patrícia Santos.
Engenheiro agrônomo, há 44 anos, com especialização em Economia Rural; formado pela Escola de Agronomia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), é sempre uma satisfação discorrer sobre um tema ligado à minha formação.
O que é tecnologia? É um conjunto de processos e habilidades usados na produção de bens ou serviços, ou na realização de objetivos, como em investigações científicas. Isso também pode ser embutido em máquinas para permitir a operação destas sem conhecimento detalhado do funcionamento.
Para que serve a tecnologia no agronegócio? Dentre os benefícios, a tecnologia utilizada no agronegócio é importante por promover o aumento da produtividade, maior controle na gestão da propriedade, mais qualidade, redução de custos e desperdícios, além da implementação de processos mais sustentáveis. Não se pode dissociar a produção agrícola e/ou pecuária sem falar em sustentabilidade.
O Brasil é uma potência mundial quando se trata de agronegócio.
Com um PIB de 11,7 trilhões de reais, o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking das nações. A participação do agronegócio é de 22% do PIB, segundo dados do IBGE.
O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo, o maior produtor de café do mundo, e o segundo maior consumidor.
Somos o maior produtor de proteína animal do mundo; exportamos 200 bilhões de dólares em 2024.
O Maranhão faz parte da nova fronteira agrícola do Brasil, conhecida pela sigla Matopiba, que reúne os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
A produção agropecuária do Matopiba é marcada pelas grandes colheitas de grãos, especialmente soja, milho e algodão. Há cerca de 4.800.000 hectares com plantio de soja que somaram a produção total de 18,5 milhões de toneladas na safra 2022/23, o que representa cerca de 12,3% do total produzido no Brasil. O Maranhão exportou em grãos no ano passado 1,7 bilhão de dólares.
Produzimos 10 milhões de toneladas de carne bovina, sendo 8 milhões para o consumo interno, 2 milhões para exportação.
Em andanças pelo mundo tenho visto produtos brasileiros nos mais longínquos lugares. Em Dubai, em Teerã, Irã e em Doha, Quatar, vi frango e carne brasileira. Em Sydney, Austrália encontrei óleo de soja nas prateleiras dos supermercados.
Com as sucessivas quedas do plantio de cítreos na Florida, EUA, já somos o maior produtor de laranja do mundo.
Os setores agrícolas e pecuários, com suas cadeias produtivas, sempre impulsionados pelas transformações tecnológicas, estão passando por um momento de evolução, fenômeno conhecido como Agricultura 5.0. Este avanço está remodelando a forma como as operações agrícolas são conduzidas.
Essas novas práticas, pautadas por bancos de dados e automação em sua maioria, podem garantir mais tranquilidade para produtores e distribuidores rurais.
Isso por que, com a evolução para o Agro 5.0, torna-se viável uma produção agrícola que atende às demandas específicas de cada produtor rural, ao compreender e abordar suas particularidades de forma personalizada. Isso simplifica e otimiza a identificação e a solução de problemas.
A inteligência artificial está aí para provar que estamos só no começo. Novas tecnologias estão a caminho, o que fará com que se produza mais, em menor tempo, de forma sustentável, sobrando ao agropecuarista o bem mais escasso do mundo, – o fator tempo.
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