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E o Brasil dos “ódios” continua dividido, sem esperanças…

SEBASTIÃO UCHOA
Advogado do escritório Uchôa & Coqueiro Advocacia, delegado de Polícia Civil aposentado.

Só um milagre racional e estratégico, sem cunho religioso, pode corrigir os rumos políticos do Brasil ante tantos acontecimentos nos campos políticos, econômicos e sociais por que atravessa o país nesses últimos anos de gestões governamentais.
Sem apologia à gestão nacional passada, muito menos críticas destrutivas a atual, mas apenas dentro de uma linha de criticismo construtivo de um todo, sobretudo, é o que se pretende nas presentes reflexões.

Há expressões de ódios alimentados e retroalimentados de todos os lados na polarização política em curso. E o pior, muitas vezes advindos das entranhas governamentais e dentro da estrutura do Estado, no sentido mais amplo possível. É a sensação dos mais sensíveis e esclarecidos. A sensação de descréditos institucionais, é o que se impõe, infelizmente.

O ex-presidente José Sarney em artigo recente, bem denunciou o quanto o sentimento de ódios partidários recíprocos tem tomado corpo no Brasil desses novos tempos, ao colocar a política partidária brasileira num clima de vingança adjetivando-a de caráter até mesmo pessoal em sentimento de “inimigos”, longe de meros adversários de ideias governamentais, típicas de uma verdadeira democracia caso assim a tivéssemos em nosso combalido Brasil de tantos brasis, por parte dos protagonistas nacionais em antíteses, ou seja, expressam-se como inimigos pessoais declarados sob alimentos de expressões de tantos ódios entre si, especialmente. Ainda que ao término do citado artigo, encerrou expressando e manifestando sua escolha partidária para o atual mandatário nacional.

O reflexo do referido contexto aumenta ainda mais com sinais da já quebra do poder econômico da população, ante aumentos de itens importantes da cesta básica, associados a outros em taxas e serviços públicos; e o pior, com mais bilionários gastos notadamente no campo da publicidade governamental e outros sem bases explicativas convincentes, somente tem aumentado a angústia e revolta do povo brasileiro, nesses últimos meses. As pesquisas de opinião, inclusive as mais recentes, confirmam essa assertiva, pois os bolsos dos brasileiros começaram a sentir os efeitos de recessões e quebra de confiança na gestão nacional em curso no país.

Interessante que tudo abastece interesses internos e externos, pois quanto mais o país é dividido, todos os lados tiram proveitos, menos os chamados povão ou as massas. Por conseguinte, nem sempre crises atingem a todos e, oportunamente, pessoa ou grupos tiram grandes vantagens como circunstancias da ocasião. Isto é fato de reiterados acontecimentos na própria História da Humanidade não só no Brasil, mas em todos as nações diante de acontecimentos semelhantes.

O Congresso Nacional, no caso do Brasil, que deveria ser território de discursão finalística de uma democracia, está sem força, sem exemplos de mudança nos mais diversos campos de atuação, inclusive com a criação dos “penduricalhos no Senado Federal”, somente confirmam que o palco de oportunismo continua vigindo, doa a quem doer. Isto é, o importante é proteger os seus e que se vire toda a nação à sua própria sobrevivência e a seus mais diversos modos reativos.

No fundo, não se ver, ouve ou se ler, algo diferente no cotidiano do país, especialmente quando os noticiários se dividem pelos interesses a que estão servindo diante da polarização já pontuada.

O estranho, inaceitável e lamentável, é que não se tem mais a quem recorrer ou se é que já tivemos, já que a “manada” que formam os atores nacionais, especialmente nas searas institucionais, denotam que tudo entra na “onda” de oportunismos pontuais, especialmente quando de qualquer forma estejam se dando bem diante do caos de desesperanças por que passa o Brasil.

O mais chato, incômodo e revoltante, são os permanentes discursos sofismáticos que usam para iludir as massas e até os segmentos “intelectuais” de plantão ou já cooptados em bandeiras, sob os mantos de salvadores da já débil democracia brasileira que se alicerça no chamado voto do permanente analfabeto político nacional dos novos tempos. Que digam os mecanismos virtuais em voga não só no país, mas também em todo o planeta Terra com as novas descobertas tecnológicas que massificam universalmente, em pouquíssimo espaço de tempo, toda a humanidade na chamada crista do modismo relativista tão apregoada nos quatro cantos do orbe terráqueo.

Vê-se que outras nações estão de alguma forma internamente se fortalecendo com vista a enfrentarem as novas disputas mercadológicas mundiais, enquanto o Brasil continua focando apenas em projetos de poderes relacionado com as eleições de 2026, como se não existisse o hoje de sua vida socioeconômica. E, quanto mais fortalecem a divisão interna do país, mais dão a sensação que uma inteligência malévola individual ou grupal, seja em aparelhamento estatal ou não, e permanece enquanto planos de meros projetos de poder, ostentados pelos segmentos em disputas para o por vir não tão distante e incertos quantos aos resultados que se buscam.

Assim, na manutenção da divisão interna do país sem um pacto nacional que quebre o alicerce dos ódios em alimentos recíprocos, somente quem perde e continuará perdendo é o todo. Não duvidemos que dias piores nos aguardam como resultados prejudicialmente maiores.
O certo é que não se pode subestimar o quadro e muito menos acreditar que nossas instituições são fortes para aguentarem uma massa de insatisfeitos com os caminhos que o Brasil trilha em pedregulhos das manchetes horrendas, cuja falta de esperança por dias melhores cai por terra no imaginário social. Oxalá nos negue essa profecia, amém!

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