Flávia Alves firma 100 compromissos no TRE-MA com o eleitorado de São Luís
Única mulher dentre os oito candidatos que disputam a sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD), a empresária, advogada e pedagoga Flávia Alves, candidata do partido Solidariedade, firmou com a população de São Luís 100 compromissos pelo desenvolvimento que foram formalizados junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA).
Casada e mãe de dois filhos, Flávia Alves é natural de São Luís, cidade onde viveu sua infância e juventude, constituiu sua família e se estabeleceu profissionalmente, como empresária, advogada e pedagoga. Do ponto de vista acadêmico, ela é especialista em Direito Ambiental, com mestrado em desenvolvimento regional e doutoranda em desenvolvimento e meio ambiente.
Tendo como companheiro de chapa o nutricionista Alexandre Fábio Sousa Pinheiro, o Fábio Nutri, Flávia Alves afirma que seu programa de governo contempla pontos essenciais para tirar São Luís da estagnação em que se encontra. O projeto trata sobre mulheres, saúde, educação, mobilidade urbana, desenvolvimento econômico, inclusão social, infraestrutura, cultura, meio ambiente, turismo e muito mais, como ela fala nesta entrevista:
Jornal Pequeno – O que a motivou a ingressar na política e a disputar o cargo de prefeita de São Luís?
Flávia Alves – Estou nessa jornada para enfrentar problemas históricos de São Luís, muitos dos quais a população já não acredita em solução, como o fim das filas na marcação de consultas e exames, educação em tempo integral para nossas crianças, a revisão do contrato com empresas de transporte coletivo e a implantação de um novo modal de transporte, bem como a revisão do contrato entre a prefeitura municipal e a Caema, para garantir o fornecimento de água contínuo à população.
Todos esses problemas eu afirmo e garanto que têm solução e não precisa de nenhuma fórmula mágica, basta fazer o básico bem feito que funciona. Quero levar para São Luís a visão de que a gente não precisa ser uma cidade com poucas oportunidades porque alguém já tentou e não fez. São Luís pode ser muito mais e nós temos potencial para isso.
JP – Que propostas pretende levar à Prefeitura de São Luís?
Flávia Alves – Firmamos com a população de São Luís 100 (cem) compromissos pelo desenvolvimento que foram formalizados junto ao TRE-MA. Nosso programa de governo contempla pontos essenciais para tirar São Luís da estagnação em que se encontra.
O projeto trata sobre mulheres, saúde, educação, mobilidade urbana, desenvolvimento econômico, inclusão social, infraestrutura, cultura, meio ambiente, turismo e muito mais.
Nossas propostas estão principalmente voltadas a dar igualdade de oportunidade a todos, a filhos de ricos e pobres. Muito se fala sobre isso, mas pouca coisa acontece de fato. Por isso, a expressão “igualdade” está ganhando um sentido vazio.
É hora de virar essa chave e dar novo significado ao pensamento impositivo de que São Luís não pode ser melhor, de que tudo que é possível já estaria em execução. Não compartilho desse entendimento e acredito que São Luís pode ser uma das melhores capitais do Nordeste, pois tem potencial natural, econômico, social e turístico.
Entendo que a ação imediata, já nos primeiros dias de gestão, para melhorar a qualidade de vida da população remonta a três problemas históricos: saúde, educação e transporte coletivo.
A saúde não pode mais esperar. Se eleita prefeita de São Luís, vamos acabar com as filas na madrugada para marcação de consultas e exames, através do Sistema Integrado de Saúde de São Luís, um programa que vai garantir ao paciente realizar os primeiros exames já na Unidade Básica de Saúde, de onde também sairá com a consulta agendada com o especialista e com os medicamentos básicos em mãos. O objetivo é transformar imediatamente o primeiro atendimento.
Na educação, vamos fazer a transição para o atendimento em tempo integral em instituições de educação infantil e fundamental, com opção de meio período para as famílias que assim desejarem.
O transporte coletivo é outro problema que exige soluções urgentes. Garantiremos a ampliação da frota de ônibus e a renovação dos coletivos para oferecer um transporte público de qualidade. Além disso, vamos revisar e otimizar as rotas e paradas de ônibus, para que o sistema seja mais eficiente e atenda melhor todas as regiões da cidade.
JP – Como tem sido essa nova experiência de utilizar a internet, redes sociais ou de sair de casa em casa pedindo o voto do eleitor?
Flávia Alves – A atuação consiste principalmente em conhecer de perto os problemas que afetam as vidas das pessoas e mostrar a visão de uma mulher sobre a sociedade, de como esse olhar é importante no processo democrático. A mulher como quem cuida, quem está no dia a dia das pessoas, das famílias, cuidando dos filhos, dos pais, cuidando da família em geral e, muitas vezes, até deixando de cuidar de si mesma para atender essa demanda.
Na minha caminhada, tanto nas redes sociais, quanto junto à comunidade, sou acolhida por homens e mulheres que acreditam em um momento político diferente, uma nova realidade, na qual mulher vota em mulher, sim, e homens que acreditam que a determinação feminina tem o poder de sentir verdadeiramente as necessidades humanas e não se aquietar, lutar até trazer mais dignidade às pessoas.
JP – Qual sua impressão sobre o cenário global da atual fase da campanha para vereador e prefeito em São Luís?
Flávia Alves – No processo político todas as atuações têm valor. Executivo e Legislativo têm papeis diferentes e ambos se completam para fortalecer a democracia.
Os vereadores são representantes do povo e o diálogo com a Câmara Municipal é uma prática a ser exercida pelo bem comum da população. Os vereadores merecem todo o respeito e exercem um papel fundamental junto à comunidade. Estou certa de que a população saberá escolher bem seus representantes.
Com relação à disputa para a Prefeitura, é evidente o cenário que se repete a cada quatro anos: a atuação da própria Prefeitura Municipal e do Governo do Estado para se manterem no poder.
Neste exato momento, enquanto eu respondo essa pergunta, milhares de ludovicenses enfrentam filas para marcação de consultas e exames, mulheres vivem em situação de violência porque não podem sair de casa por questão econômica, professores e alunos vivenciam a dura realidade de um sistema educacional precário, enfrentamos um problema crônico de falta de água na cidade. Mesmo assim, divulgam prosperidades e pedem o apoio da população.
Longe desse cenário, minha estratégia é conhecer os problemas e propor soluções sérias, viáveis, que tem como prioridade cuidar de gente. A atual circunstância impõe novos desafios à política, chega de discursos repetitivos que não trazem resultados. São Luís pode ser melhor.
JP – Por fim, o que representa esta campanha sendo a única mulher que se encontra nesse nível da disputa?
Flávia Alves – Hoje minha fala é voltada para as mulheres. Encarei essa campanha como uma missão pela representatividade, especialmente por observar que desde a última eleição em São Luís nenhuma mulher concorreu ao cargo. Reforço que a visão de uma mulher sobre a sociedade é importante no processo democrático e ainda precisamos avançar.
Eu sempre digo que uma mulher disputa uma corrida de obstáculos diariamente. A caminhada para eu estar aqui não foi fácil e eu tenho certeza de que muitas mulheres vão se identificar comigo.
Para eu ser candidata, tive que me tornar presidente do meu partido, pois, se eu não fosse a presidente, provavelmente mais um homem estaria na disputa. A política ainda é um cenário de predominância masculina.
Não me coloco como vítima, contrariamente, esse tipo de prova me fortalece e me estimula a continuar. Essas circunstâncias me dão a certeza de que estamos avançando e cada passo é importante. Porém, é preciso conscientizar as pessoas, especialmente nós mulheres, de que ainda não há democracia de gênero.
A história de cada mulher não pode ser desprezada, independentemente do tempo. Cada conquista deve ser valorizada. Estamos em um ponto de um caminho que já foi trilhado por outras mulheres que nos antecederam e que enfrentaram circunstâncias piores. Não foi fácil chegar até aqui, por isso, precisamos chamar a responsabilidade para si, enfrentar qualquer forma de preconceito, e seguir em frente.
Essa trajetória passa por todas nós e segue adiante, com a atual e futuras gerações. Nós temos uma carga cultural que vem sendo carregada ao longo da história. Todas nós somos elos de uma mesma corrente.
Por encarar como uma missão, nenhuma circunstância desfavorável vai me derrubar. Acredito que a liberdade, expressada através do voto, pode quebrar a lógica do poder.
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