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Inspetor Noberto fala de suas propostas como candidato a vereador em São Luís

O Inspetor Noberto, candidato a vereador, defende propostas de sua campanha no corpo a corpo com eleitores de São Luís


Bacharel em Turismo pela UFMA, pesquisador, palestrante e escritor, Antônio José Noberto da Silva é Doutor Honoris Causa em História (FEBACLA), embaixador da paz (OMDDH), membro fundador e ex-presidente da Academia Ludovicense de Letras (ALL), sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e foi idealizador e curador da Exposição França Equinocial para sempre.
Turismólogo e divulgador da história do Maranhão, Noberto cursou Licenciatura em História pela Uema, mas não concluiu. É também membro fundador da AVLA, membro do Conselho da Cruz Vermelha no Maranhão e membro fundador do Conselho Comunitário de Defesa Social da Zona Rural de São Luís.
Natural de Pentecoste/CE, chegou a São Luís ainda criança. Mudou para o Maranhão aos sete anos de idade. Estudou nas escolas Rubem Almeida, Manoel Beckman e Almirante Tamandaré. Foi professor e é policial rodoviário federal desde 1994. Em 2007 lançou o romance “Só por uma estação, uma viagem ao Brasil”, primeiro livro lançado na Primeira Feira do livro de São Luís.
Neste ano de 2024, tomou a decisão de sair candidato a vereador em São Luís e, nesta terça-feira (3), em meio ao corre-corre da campanha, Noberto concedeu esta entrevista:
Jornal Pequeno – O que o motivou a ingressar na política e a disputar uma das vagas na Câmara de São Luís?
Noberto – Faz tempo que percebi que tenho vocação pública e sempre lutei pela causa coletiva. Me dedico também a dar voz a quem não tem voz e vez. Percebi por exemplo que as pessoas do trecho, que viajam (caminhoneiros, caçambeiros, carreteiros, vanzeiros e demais usuários das rodovias) formam um público pouco assistido.
Da mesma forma as populações ao longo das rodovias, da zona rural. Por conta disto, me juntei a algumas lideranças comunitárias e criamos o Conselho Comunitário de Defesa Social da zona rural de São Luís, o CCDS. Na condição de Inspetor da PRF, a minha aproximação com a zona rural trouxe um ganho coletivo imediato, que foi a pacificação das rodovias. Perceba que atualmente é muito raro uma interdição da BR, e olha que estamos a apenas um mês das eleições.
Outro motivador para eu entrar na política é que me aprofundei no estudo da história do nosso estado e percebi que o Maranhão não nasceu para estar entre os últimos da Federação e que ele tem jeito. Recebemos um legado muito positivo dos nossos antepassados que precisa ser valorizado. Ninguém nesta terça parte do Brasil tem mais história que o nosso estado. E é uma pena que tal legado ainda não esteja na vitrine. Minha entrada na política será o primeiro passo para acordar a população e fazê-la entender que ela dorme sobre um tesouro, mas não está sabendo.
JP – E como será possível reverter o quadro atual de último estado da Federação?
Noberto – A estrada é longa, mas toda jornada começa com um primeiro passo. Sou consciente da minha missão. Sei das dificuldades que virão, mas tenho consciência do que precisa ser feito, basta apenas despertamos ludovicenses e maranhenses para o valor da nossa riqueza histórica e para os nossos costumes e tradições.
A primeira ação é mostrar que o Maranhão sempre foi liderança e um país à parte. Fomos a capital de uma Nova França, a França Equinocial, fomos a Lisboa dos trópicos, fomos o Estado colonial do Grão-Pará e Maranhão, fomos a Atenas brasileira e um pedaço de Europa. Tudo chegava em primeira mão em São Luís: a energia elétrica, o bonde, a literatura etc. Há quase dois séculos o Maranhão produzia e exportava cerca de 30% de toda a produção cultural do Brasil. Um exemplo é que a Academia Brasileira de Letras foi formada majoritariamente por fluminenses e maranhenses. Quem leu as principais obras de Aluísio e Artur Azevedo sabe do que estou falando.
JP – Qual sua impressão sobre esta fase inicial da campanha em São Luís?
Noberto – Já começou quente, com muitas acusações entre os candidatos a prefeito. A campanha promete. Quanto à vereança, me lembrei de um bate papo que mantive com os amigos e confrades Ivan Sarney e Joaquim Haickel no dia do velório de Joaquim Itapary. Eles me parabenizaram pela minha coragem em participar de um pleito tão estéril, quando a força e a vontade popular são dobradas pelos milhões de reais lançados por alguns candidatos. Disseram que na época deles as eleições eram mais republicanas e expressavam melhor a vontade do povo. Pretendo ser um destes poucos que conseguirão furar a bolha.
JP – Que avaliação se pode fazer de seu desempenho na sua carreira profissional e como integrante dessa nova geração de intelectuais do Maranhão?
Noberto – Me considero um vencedor porque consegui colocar meu nome na história, tanto na academia quanto nas instituições que participo, principalmente PRF, Academia Ludovicense de Letras e Cruz Vermelha. Faz poucos anos fui escolhido em votação o Chefe da comunicação mais bem avaliado do país. É uma glória o Maranhão, que sempre esteve entre os derradeiros, ter uma pessoa que consiga elevar o estado, ainda que seja em algo tão localizado e específico.
Quanto à intelectualidade, caminhamos para uma nova Atenas. Desde as comemorações dos 400 anos de São Luís que as portas começaram a se abrir: fundação da Academia Ludovicense de Letras, criação da LIvraria e Espaço Cultural AMEI, fundação de dezenas de outras instituições literárias, tudo isso haverá de surtir um efeito positivo na vida dos maranhenses em um futuro próximo. Sou feliz em ajudar a capitanear este processo de retomada intelectual e acadêmica do nosso estado.
Faz poucos anos fui agraciado em Búzios/RJ com o troféu Monteiro Lobato na categoria Melhores Pesquisadores do Brasil, no ano passado recebi na cidade francesa de Cancale a comenda maior daquela cidade que fundou São Luís. Foi a quarta vez que visitei Cancale e Saint-Malo. Ano passado também recebi uma Moção Honrosa da Câmara Municipal de Cametá/PA por conta das minhas pesquisas que unem aquela cidade à nossa capital.
Ano passado, no porto de la Houle, de onde a esquadra de La Touche partiu para o Maranhão em 1612, convidei o prefeito de Cancale para visitar São Luís. Ele veio em março/ abril deste ano e se reuniu com prefeitos do Ceará, Piauí e Maranhão. Inclusive eu o levei ao Pará, onde discursou na Câmara municipal de Cametá.
Depois de quatro séculos São Luís voltou a ser a capital da França Equinocial. E tudo isto foi organizado por mim e sem a participação de dinheiro público. É a prova de que é possível fazermos muito a partir do conhecimento e da valorização da nossa história. No brasão da Academia Ludovicense de Letras está escrito “Saber para transformar”. Eu levo isto muito a sério.
JP – Que propostas e novas idéias pretende levar à Câmara de São Luís?
Noberto – No parlatório e nos nossos projetos estarão um norte para a nossa capital. Um norte cultural, de valorização da terra, da sabedoria popular, das pessoas, de quem trafega pelas estradas, da segurança pública, do turismo, da cidade inteligente, arborizada e da intelectualidade.
JP – Como tem sido essa nova experiência de sair de casa em casa pedindo o voto do eleitor?
Noberto – As pessoas gostam do Inspetor Noberto. Elas ficam felizes quando me veem e eu retribuo a generosidade à altura. Gosto de gente, de pessoas, de plantas e de animais. Visitar as pessoas e fazer caminhadas com elas é uma alegria.
JP – O que mais a dizer sobre esta tua campanha?
Noberto – Estamos em um período difícil, pós-pandemia, quando foi iniciado um processo de desvalorização do ser humano. As pessoas não estão percebendo direito o que está acontecendo. É preciso alertá-las, e mostrar que é possível nadar contra a forte ascensão da ganância.
Nunca a pregação do nosso modelo tupi-guarani foi tão importante para a humanidade. Precisamos racionalizá-lo e exportá-lo, pois sendo exemplo de sustentabilidade, só retirando da natureza o que realmente é preciso, considero o antídoto para a salvação do planeta Terra e da humanidade.

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