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Jersan Araújo, antigo redator do Jornal Pequeno, é um dos personagens do livro

José Jersan Raimundo dos Santos Araújo nasceu em 5 de junho de 1945, no povoado Olinda dos Aranha, município de São João Batista (à época pertencente ao município de São Vicente Ferrer).
Filho de João Batista de Araujo Filho (agricultor) e Iracema Santos Araujo (dona de casa). Estudou no seu povoado natal até o terceiro ano do antigo curso primário; o quarto ano na cidade de São João Batista. Aos 13 anos foi encaminhado pelos pais para prosseguir os estudos em São Luís.
Após aprovação no exame de admissão ao ginasial (hoje ensino fundamental maior), concluiu essa fase escolar no extinto Centro Caixeiral. Cursou o antigo segundo grau no Colégio São Luiz ao mesmo tempo em que trabalhou como “servente” no escritório de advocacia dos advogados José Ribamar Oliveira, João Miranda e João Itapary.
Em 1964, aos 19 anos, foi nomeado para o cargo de taquígrafo da Câmara Municipal de São Luís e, no ano seguinte, despontaria o seu interesse pelo jornalismo, quando Mário Coutinho, assessor de imprensa da casa legislativa, entrou em férias e Jersan teve que substituí-lo por trinta dias.
Em 1969 começou a atuar como “foca” no Jornal Pequeno, mais uma vez preenchendo as férias de alguém, desta vez do jornalista Eloy Cutrim. Já no ano seguinte tem sua carteira assinada como repórter do periódico, no qual permaneceu até meados de 1974.
A partir de então passou a exercer a profissão de jornalista. Trabalhou no Jornal de Hoje, na Folha do Maranhão, no jornal O Debate e em O Jornal, em todos como editor ou diretor de redação. Atuou, ainda, como repórter político na TV Difusora e como colaborador na rádio Educadora.
Aguerrido, controverso e incansável na denúncia das injustiças sociais, Jersan destacou-se como um investigador destemido e um ardente defensor da liberdade de expressão. Ele construiu uma carreira notável durante um período marcado pela ostensiva censura militar. A postura de ousadia e coragem fez dele um dos jornalistas mais respeitados da imprensa maranhense.
O seu renome como jornalista combativo começou a se evidenciar em 1972, ano em que iniciaram os seus atritos com o regime militar. Ele denunciou o filho de um governador por causar pânico em um voo de Belém a São Luís, fato que resultou em sua prisão na Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS).
Reportagens produzidas entre 1973 e 1974 consolidaram sua reputação de jornalista polêmico e influente. Uma delas mostrava fotografias de policiais recebendo propinas de ladrões. Em outra, ele denunciava a “máfia branca” da medicina.
Em 2007, juntamente com os poetas, jornalistas e escritores José Chagas e Jomar Moraes, foi laureado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís como “Jornalista que Marcou Época”. A homenagem foi justificada pela independência, bravura e competência no exercício da profissão.
Em São João Batista, exerceu os cargos de vereador e secretário municipal de articulação política. Em São Luís, foi subsecretário de comunicação da prefeitura municipal.
Jersan permanece um intransigente defensor da valorização dos profissionais da imprensa. Ele acredita firmemente que o compromisso do bom jornalista é com a sociedade, mesmo que isso signifique ferir a suscetibilidade de um governante ou gestor público. “Mas isto não é tudo, também é fundamental que esse jornalista esteja sempre bem-informado, busque fontes de credibilidade e que tenha independência moral”, costuma enfatizar.
Quando questionado sobre sua filosofia de vida, ele revela que acredita no diálogo sobre as questões fundamentais que afetam a vida em sociedade. Para ele, essa prática constante visa à defesa do interesse coletivo e se manifesta por meio de seu trabalho contínuo, seja na imprensa, no palanque político, ou mesmo no âmbito familiar e entre amigos. Ele se dedica incessantemente à melhoria da qualidade de vida da comunidade, levando uma vida simples, mas profundamente gratificante.
É membro fundador da Academia Joanina de Letras, Ciências e Saberes Culturais (São João Batista), titular da cadeira nº 7, cujo patrono é o seu avô, Ataliba Sousa Santos, que foi suplente de juiz e chefe político, sob a liderança de José Maria de Araújo, deixando um legado de honestidade, lealdade e gratidão.
Seu Ataliba era natural do município de Brejo de Anapurus, onde nasceu em 9 de outubro de 1890. Aos 23 anos estabeleceu-se em Olinda dos Aranha como vendedor de joias e ourives. Dois anos depois casou-se com Zenaide Aranha. O casal teve duas filhas: Iracema e Jacir (ambas falecidas).
Anos depois instalou loja de tecidos no povoado, depois mercearia e fábrica beneficiadora de arroz passando a ser considerado o maior comerciante da região, entre as décadas de 1940 a 1970.
Viúvo da primeira esposa, casou-se com Dona Maria Figueiredo passando a residir em São Vicente Ferrer, onde faleceu em 1972.
O primeiro vice-prefeito de São João Batista foi Ataliba Santos, líder político do povoado Olinda dos Aranha, filiado ao Partido Social Democrático, opositor do grupo que elegeu o prefeito Merval Marques Figueiredo (irmão de Chiquitinho Figueiredo) do Partido Social Progressista, em 1958, na primeira eleição direta do município.
Esse resultado foi possível porque naquela época o eleitor podia votar para prefeito e vice de chapas distintas e adversárias. Jersan é irmão do saudoso radialista José Anacleto Araújo, falecido em 8 de novembro de 2014, aos 57 anos, no Hospital dos Servidores do Estado, no qual estava internado após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

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