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O tombamento da ‘Casa da Pólvora’, os 45 anos do CCN e os 40 anos do Akomabu

Os dirigentes do Centro de Cultura Negra do Maranhão estão organizando a comemoração dos 45 anos de fundação da entidade e os 40 anos de fundação do Bloco Afro Akomabu


Há exatos 40 anos, a Casa da Pólvora, localizada na Rua Guarani, no João Paulo, foi tombada pelo Governo do Estado. No dia 10 de agosto de 1984, o então governador Luiz Rocha assinou o Decreto nº 9.657, publicado no Diário Oficial do Estado do Maranhão de 30 de agosto de 1984. A Casa foi incorporada ao Acervo de Bens Tombados do Maranhão, com inscrição nº 33 no Livro de Tombo, à folha 7 datada em 6 de setembro de 1984.
De acordo com o texto inscrito no Livro de Tombo, a Casa da Pólvora trata-se de uma construção para fins militares, com planta retangular sem divisões internas, como um grande galpão, diminutos vão de iluminação e ventilação circundados por um pátio delimitado por muro de seis metros de altura com os cantos chanfrados a 45 graus e acesso através de porta de pequena dimensão.
Fachada externa totalmente cega, graças ao muro alto. Internamente o depósito apresenta beiral, cimalha e cunhais, três janelas e uma porta, localizadas no centro de cada uma das quatro paredes, além das sesteiras ao longo de todo o prédio.
Dados históricos – Situada à esquerda do Igarapé do Rio das Bicas, hoje Rua Guarani, no João Paulo, a Casa da Pólvora data do século XIX. Construída especificamente para servir de depósito da pólvora do governo e de particulares, esta casa veio substituir o antigo Armazém da Pólvora, concluído em 3 de abril de 1713, sob a iniciativa de Cristóvão da Costa Freire, Senhor de Pancas.
Muito mal construído – é o que nos dá conta o ofício expedido por Dom Diogo de Souza ao ministro Dom Rodrigo de Souza Coutinho em 1º de maio de 1799, data em que já ameaçava ruir. Em vista disso e de outras razões, através da Carta Régia de 14 de setembro de 1799, o governo mandou construir um outro armazém, seguindo o modelo que estava sendo construído no Pará. Este também se deteriorou.
Enfim, a Casa da Pólvora, que até nós chegou, teve sua construção autorizada através de uma portaria datada de 3 de outubro de 1821, conforme documento constante da coleção de manuscritos da Biblioteca Pública Benedito Leite, no qual se lê:
“Levo à real presença de Vossa Majestade cópia do termo de exame que, em observância da portaria desta Província, datada de 3 de outubro de 1821, se autoriza a obra da nova casa que há de servir para Armazém da Pólvora, cuja obra foi arrematada por Eleutério da Silva Lopes Navalha”.
Este documento foi lavrado em cartório pelo escrivão José da Cunha Neves, em 28 de setembro de 1821. As obras estiveram sob a responsabilidade do Coronel Engenheiro Antônio Bernardino Pereira do Lago. A área construída, compreendendo 50 braços em quadra, foi avaliada, em 24 de janeiro de 1839, em 41.531$840 réis.
Conta a tradição oral maranhense que a Casa da Pólvora, mais tarde desativada, teria sido transformada em mercado de escravos. Em ruínas, durante bastante tempo, o imóvel foi restaurado pela Prefeitura de São Luís e hoje sedia o Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN-MA).
No mesmo ano em que aconteceu o tombamento da Casa da Pólvora, surgiu em São Luís o Bloco Afro Akomabu, que no início do mês de março passado completou 40 anos de existência. Agora, os dirigentes e militantes do Centro de Cultura estão organizando uma vasta programação que será realizada, no próximo mês de setembro, em comemoração aos 45 anos de fundação do CCN-MA.

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