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Mestre Sabará e os 40 anos do Bloco Akomabu

Mestre Sabará, ao lado de Mestre João Evangelista, esteve no comando da Bateria do Akomabu nos anos de 1984 e 1985


Neste sábado de carnaval, data em que acontece mais um batizado do Akomabu, me veio à lembrança um personagem que marcou os primeiros anos do Centro de Cultura Negra do Maranhão: Anselmo Almeida, Mestre Sabará.
Nestes 40 anos do Akomabu, Sabará não pode ser esquecido. Foi o nosso grande artista popular, que deu brilho à Bateria do Akomabu. Além disso, como percussionista e compositor, ele fez trabalhos admiráveis no Grita, no Laborarte, na Escola Unidos do Obelisco, no Bloco Pau Brasil e muitos outros.
Participou de inúmeros shows e estava sempre reciclando seus ritmos e gostava, tinha muito gosto mesmo, de trabalhar com a rapaziada que fazia movimento cultural no Bairro Anjo da Guarda. Hoje, no Anjo da Guarda, Sabará é um ilustre desconhecido. Foi simplesmente esquecido.
Mas eu lembro que no ano de 1987, logo no comecinho do Governo Cafeteira, Sabará ganhou uns amigos no governo e vivia exultante. Com todo pique, ele dizia que estava disposto a aprender um ritmo que, na época, não era muito difundido no Maranhão e que o fascinava muito: o candomblé.
“Acho que este é um ritmo muito bonito, muito perto da gente. É a raiz; é um ritmo, entre outros, que estou mesmo a fim de aprender”, disse Sabará que, no mês de janeiro de 1987, participou de um concorrido show na cidade de Imperatriz, sudoeste do Maranhão. Nessa época, ele estava com todo pique, energia e vibração; tinha apenas 27 anos de idade.
Sabará começou sua carreira artística cantando em shows de calouros no Anjo da Guarda. Em 1978 participou do Grita (Grupo Independente de Teatro Amador), onde aprendeu percussão com Gigi. O surdo foi o primeiro instrumento que Sabará aprendeu a tocar; depois se passou para o tambor de crioula, tambor de mina, bumba-meu-boi, tumbadora e atabaque.
Em dezembro de 1985, Sabará passou a trabalhar no departamento de som do Laborarte. Foi a fase em que viveu grandes momentos ao lado de outros grandes percussionistas como Jorge do Rosário; José Roberto, do Anjo da Guarda, e Josemar, da Madre Deus.
Ele dizia que o Laborarte foi sua grande escola, onde passou a ter uma convivência fraterna com Rosa Reis, Ribamar Sá, Saci, Jorge do Rosário, Helena, Paulinho e Dona Tetê. Sabará trabalhou na montagem da bateria da Escola Unidos do Obelisco, no município de Pinnheiro, na Baixada Maranhense.
Não dá para esquecer: Sabará contribuiu, e muito, para a realização da Primeira Noite do Som Afro, realizada no final do ano de 1985, no antigo Adapi, próximo à Praça da Bíblia e ao Canto da Fabril.
Ao lado de João Evangelista, Mestre Sabará esteve no comando da Bateria do Akomabu nos anos de 1984 e 1985.
Foi assim, com o coração cheio de saudades, que consegui escrever mais esta singela crônica, na madrugada deste sábado de carnaval, para uma vez mais render minhas homenagens a estes ilustres personagens do Movimento Negro do Maranhão:

Viva Mestre Iguarajara!
Viva Mestre Sabará!
Viva Mestre João Evangelista!
Viva Mestre Bebeto!
Viva Mestre Eliezer!
Viva Mestre Antônio Paulo, “De Paula”
Viva Mundinha Araújo, nossa eterna matriarca do CCN e do Akomabu!

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