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Patativa, a grande sambista maranhense, completa 86 anos nesta quinta-feira

Patativa diz que está “um pouco deprimida”, mas não perde a irreverência e o bom humor


A cantora e compositora Maria do Socorro Silva, a lendária Patativa, completa 86 anos nesta quinta-feira (5). Deprimida e quase totalmente cega, ela diz que, neste ano, não quer muita badalação. “Vai ter mesmo só um bolinho aqui em casa, para comemorar essa data com meu pessoal”, afirmou no final da tarde de ontem, em sua residência em São Luís, no bairro Vila Embratel.
Quem vai visitar Patativa, logo percebe que ela nunca perde o bom humor, apesar de seus graves problemas de saúde: perdeu a maior parte da visão por causa de catarata e sofre muito com Mal de Parkinson e dores no intestino. Em casa, ela tem um apelido caseiro: “Dadinha”, e hoje vive sob os cuidados da filha Wanda e de seus netos e bisnetos.
Considerada uma das maiores artistas populares de São Luís, Patativa integrou a equipe fundadora da Companhia Barrica e também integrante e seguidora do Boi da Madre Deus. Apenas aos 75 anos de idade é que ela teve a chance de gravar seu primeiro CD, que teve produção de Luiz Junior.
Patativa é hoje uma lenda viva. Ganhou fama no mundo do samba na fase em que, como ela costuma dizer, “gostava de beber uma cana”. Cantava e fazia seus sambas em meio à boemia, principalmente na Feira da Praia Grande e no tradicional bairro da Madre Deus, onde conheceu Justo Santeiro, antigo artista plástico.
Foi ele que deu à cantora o apelido de Patativa (“essa mulher canta noite e dia). Ela não gostou da brincadeira. Passou a chamá-lo de Amigo da Onça, um personagem da antiga revista “Cruzeiro”. E Maria do Socorro Silva, a maranhense que nasceu na região do Mearim, no dia 5 de outubro de 1937, na cidade de Pedreiras, virou Patativa para sempre.
Ela conta que, aos oito anos, mudou-se para São Luís, com o objetivo de estudar, passando a ser aluna semi-interna do Educandário Santo Antônio, situado no bairro Anil. Sua entrada no mundo do samba deu-se como acompanhante da Turma do Quinto, Cruzeiro e Fuzileiros da Fuzarca, sempre junto aos batuqueiros. Somente em 1980, é que ingressou como componente da Turma do Quinto desfilando na ala das baianas, a convite do seu companheiro Vavá, amo do boi da Madre Deus e diretor de harmonia daquela escola de samba.
Quando se mudou para São Luís, passou a cantar em feiras. Estreou na indústria fonográfica com “Ninguém é Melhor do Que Eu”, lançado pela Saravá Discos. Patativa estima já ter composto mais de uma centena de músicas, muitas das quais se perderam pela estrada.
Ela deu origem ao documentário ‘Xiri meu’, do diretor Tairo Lisboa. O curta-metragem, um dos 10 selecionados pelo edital do projeto São Luís nos 4 Cantos, foi lançado em janeiro de 2014. Patativa teve também participação no filme “Quilombos Maranhenses”, produzido em janeiro de 2004 pelo jornalista e cineasta Cláudio Farias.

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