Magno Cruz, um amigo fraterno; agora são 13 anos de saudades
Nesta quinta-feira (3), completam-se exatos 13 anos da morte de um amigo fraterno: Magno José Cruz. Engenheiro civil por formação, Magno faleceu em São Luís no dia 3 de agosto de 2010, deixando uma imensa lacuna nos movimentos sociais do Maranhão.
Não há como negar que até hoje sua trajetória como militante do Movimento Negro ainda segue inspirando as novas gerações. Ele e Mundinha Araújo serão, para sempre, reconhecidos dentre as lideranças mais valorosas que passaram pelo Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN-MA).
Sobre Mundinha, a fundadora da instituição, dispensa-se comentários sobre ela nesta hora. Porque me veio à mente esse dever moral de, uma vez mais, reconhecer a luta incansável de Magno como um dos precursores no trabalho de defesa das comunidades quilombolas e das políticas afirmativas para a população negra, além de ativo militante dos direitos humanos e de movimentos artístico-culturais do Maranhão.
Vale lembrar: além de presidente do CCN, Magno foi dirigente do Sindicato dos Urbanitários, também fez parte da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e chegou a apresentar um programa na Rádio Comunitária “Conquista”, no bairro do Coroado.
Lembro ainda que ele foi sepultado na manhã de 4 de agosto, no Cemitério Parque da Saudade, no Vinhais, onde ganhou uma emocionante homenagem da população. Na época, eu não fazia idéia do quanto Magno era respeitado e tão querido nesta cidade.
Até o então ministro da Cultura, Juca Ferreira, lamentou a morte de Magno através de uma nota pública de pesar.
Com uma sensibilidade social impressionante, Magno se descobriu no Movimento Negro, elevando o reconhecimento do Centro de Cultura Negra. Foram 30 anos dedicados ao movimento. Por duas vezes, ele foi o presidente da entidade e era considerado por todos o presidente de honra do CCN, fazendo parte do grupo de diretores.
Pai de três filhos, Magno Cruz fez parte do Partido dos Trabalhadores (PT) e chegou a se candidatar, por duas vezes, ao cargo de vereador pelo município de São Luís.
Na Rádio Comunitária Conquista, Magno era o sustentáculo da emissora e difusor da luta pela igualdade social e racial. Deixou uma participação política no Estado impecável, como poucas lideranças deixaram até agora.
O sepultamento de Magno Cruz foi marcado por homenagens, discursos emocionados, músicas, toadas de bumba meu boi e pelo som dos tambores do Bloco Afro Akomabu. Após o choro incontido de familiares e amigos, o corpo dele desceu ao túmulo sob flores e aplausos. Valha-me Deus! É difícil esquecer desse amigão!
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