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Assassinato de Othelino Nova Alves completa 53 anos nesta quarta-feira


No dia 30 de setembro de 1967, aconteceu em São Luís um dos mais violentos atentados da história recente da imprensa do Maranhão: o assassinato do jornalista Othelino Nova Alves. Ele tinha 55 anos de idade e fazia parte da equipe de redatores e articulistas do Jornal Pequeno.
No dia seguinte ao crime, o JP saiu às bancas com uma manchete garrafal: “Assassinado o jornalista Othelino Nova Alves”. No subtítulo: “Ex-delegado corrupto tirou-lhe a vida”.
Othelino Nova Alves nasceu em São Luís no dia 15 de outubro de 1911. Como jornalista, advogado e ativista político, marcou uma época no Maranhão pois, à sua maneira, defendeu os valores democráticos, enfrentou corruptos e contestou os desmandos da corrupção de seu tempo. Mas foi covardemente assassinado no auge de sua carreira.
Apaixonado pela profissão, Othelino foi um dos jornalistas mais experientes do Maranhão. Para ele, o jornalismo era um instrumento de luta libertária. Vivia como um ‘Dom Quixote’, sonhando com a pátria livre, mas pagou um preço alto por esse sonho Ao longo da carreira foi muitas vezes agredido, violentado, preso, julgado, seqüestrado e terminou tombando morto no cruzamento da Rua de Nazaré com a Praça João Lisboa, com seis tiros desferidos por um ex-delegado de polícia, Tupinambá Moscoso, no dia 30 de setembro de 1967.
Othelino morreu pela profissão e ficou conhecido como o Mártir da Imprensa. No local do crime, foi erguido um busto em sua homenagem e o calçadão da Rua de Nazaré foi denominado “Espaço da Liberdade Othelino Nova Alves”, por iniciativa da Câmara de Vereadores e da Prefeitura de São Luís.
Homem estudioso, Othelino revelou-se também um grande advogado, dedicando-se à causa das pessoas mais humildes. Combateu regimes totalitários e escreveu vários artigos, os quais espelhavam sua filosofia de vida. Além disso, foi fundador e presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís e, por muitos anos, dirigente da Federação Nacional dos Jornalistas no Estado.
Ele representou a categoria em congressos e convenções internacionais com destacada atuação, foi correspondente dos principais jornais, revistas e agências de notícias do Brasil, exercendo a função em vários Estados.
Trabalhou no Jornal do Povo, de Neiva Moreira, e no Jornal Pequeno, de Ribamar Bogéa – outra figura emblemática da história recente da imprensa. No Jornal Pequeno, Othelino foi redator e também assinava a coluna ‘Na Liça’. Ele tinha uma postura de independência e passou por várias experiências marcantes.
Uma delas foi quando denunciou um senador em Sobral, no Ceará. Como retaliação, Nova Alves levou um tiro que lhe perfurou o peito, mas logo se recuperou do ferimento.
Homem de postura arrojada e irreverente, repudiava o jornalismo da bajulação e da subserviência. Para ele, o jornalismo era um instrumento para a promoção da cidadania e para projetar uma sociedade igualitária e mais justa.

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