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Uma vida intensa na política e na cultura do Maranhão

Othelino Neto e Othelino Filho ao lado da estátua de Othelino Nova Alves, na Rua de Nazaré esquina com a Praça João Lisboa

Quem teve a chance de conviver com Othelino Filho sabe que ele – ao lado de sua companheira inseparável, a professora Yolete Maria – foi uma pessoa que viveu intensamente. Viveu intensamente a vida política, a vida cultural e a vida boêmia de São Luís, ao lado de tantos outros boêmios como ele. Foi um grande sindicalista, um grande militante político, e foi sobretudo um grande jornalista, que conviveu com outros tantos jornalistas talentosos como Jersan Araújo, Ademário Cavalcante, Luís Vasconcelos, Haroldo Silva e JM Cunha Santos.

Na vida boêmia, Othelino Filho conquistou amigos diletos, entre os quais Nauro Machado, a ponto de ser escolhido pelo poeta para ser testemunha de seu casamento com a escritora Arlete Nogueira da Cruz. Este matrimônio foi celebrado na tarde de 26 de abril de 1971. Os padrinhos: Maria Lúcia e Reginaldo Telles.

Tendo o filho Othelino Neto como co-autor, o jornalista Othelino Filho publicou quatro livros, intitulados “A oligarquia da serpente”, “A rapina do abutre”, “A águia libertária” e “O polvo”.  Vale lembrar que, durante muito tempo, Othelino Filho trabalhou na imprensa ao lado de nomes como João Alexandre Júnior, Herberth de Jesus Santos, Luís Vasconcelos, Jersan Araújo e Cunha Santos.

É Cunha Santos que escreve sobre seu velho companheiro, destacando que “o jornalista Othelino Filho deixou o legado de uma vida marcada por lutas, sentimentos e tragédias que só se concentram nas almas que amam a liberdade. As tragédias de sua vida são conhecidas: a morte de seu pai, violentamente arrancado ao convívio e ao respeito do povo que defendia acima de todos os tiranos e a tragédia social e política que acometeu e ainda acomete sua gente, o povo brasileiro, o povo nordestino, o cearense do Sobral, do Cariri que ainda hoje transporta o coração “no último Pau de Arara”; o maranhense de Bacabeira, do Rosário, de todo o Estado, vitima da tragédia política de uma oligarquia que por décadas se impôs pela fome e pelos fuzis da ditadura nesse Estado.

Ditadura e oligarquia que enfrentou com a mesma alma de menino inconseqüente que um dia acabou preso em um dos subterrâneos da liberdade neste país, uma cela política na cidade de Fortaleza. Othelino Filho é, portanto, o testemunho vivo de que o jornalismo é uma profissão de risco, principalmente para os que se arriscam a enfrentar os poderosos, os ditadores, os tiranos, a estar sempre no lugar errado na hora errada”.

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