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Maratonista brasileiro de 40 anos faz índice olímpico com tênis doado

Paulo Roberto de Paula garantiu índice para Tóquio

Presente nas últimas duas edições dos Jogos Olímpicos, Paulo Roberto de Paula é o segundo brasileiro a fazer índice para Tóquio na maratona. O feito foi alcançado no último domingo (23), quando ele completou a Maratona de Sevilha (Espanha) com o bom tempo de 2h10s08, melhor da carreira, apesar dos seus 40 anos. Para alcançar o resultado, o veterano precisou que um grupo de atletas amadores de Portugal se cotizasse para comprar um tênis para ele.

O índice veio em uma das provas mais fortes coletivamente da história, na qual 14 atletas correram abaixo de 2h08min – como comparação, apenas oito corredores ficaram abaixo deste patamar na Maratona de Londres do ano passado, e três em Berlim, em duas das mais rápidas da história. Tanto é que Paulo Roberto, apesar do ótimo tempo, foi só o 24º colocado.

A evolução dos tempos registrados nas maratonas recentes, como a de Sevilha, pode ser explicado pela linha Vaporfly, da Nike, que tem revolucionado o mercado. Patrocinado no passado por Minuzo e Skechers, Paulo Roberto atualmente não tem apoio de nenhuma marca de tênis e teve que pedir ajuda para comprar o calçado da Nike, vendido a 275 euros na Europa – quase R$ 1,4 mil.

Radicado em Portugal há um ano, para onde viajou com apenas 100 euros, e sobrevivendo de trabalho como consultor de atletas amadores e de premiações de corridas de rua (os R$ 3,1 mil da Bolsa Atleta bancam um instituto que ele e o irmão mantêm no Brasil), Paulo Roberto pediu ajuda a seus assessorados para comprar o tênis. Ganhou o calçado de presente, usou na corrida, e já vai precisar descartá-lo. Como costuma acontecer em equipamentos assim, eles duram apenas uma prova.

Apesar da idade avançada para um atleta de alto-rendimento, Paulo Roberto aproveitou para fazer o melhor tempo da carreira, 2h10min08, também melhor resultado do Brasil desde 2013 – o recorde ainda é de Ronaldo da Costa, 2h06min05s, que à época foi recorde mundial. Entre os mais de 300 atletas com índice, só dois são mais velhos que ele: um sueco e um etíope. Ambos fizeram índice em Sevilha.

O problema é que esse tempo pode não ser suficiente para levar Paulo Roberto à Olimpíada. Diante da notável melhora de tempo nas provas recentes, existe a possibilidade de que outros três brasileiros façam índices. Entre maio e abril, quando forem disputadas as principais provas europeias, devem fazer tentativas atletas como Ederson Vilela Pereira, Daniel Chaves (que já tem índice, mas está fora da lista dos 80), Gilmar Lopes e Giovani dos Santos.

Sabendo disso, o próprio Paulo Roberto deve correr mais uma maratona antes da Olimpíada, provavelmente em Hamburgo (Alemanha) ou Viena (Áustria), no final de abril.(UOL ESPORTE)

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