Vinhais Velho mobilizado para garantir território ameaçado por Via Expressa
Comunidade tradicional vai realizar Ato Ecumênico no sábado em defesa de sua história e contra alça da avenida “Via Expressa”
A comunidade tradicional Vila Vinhais Velho, uma das mais antigas povoações da Ilha de São Luís, realizará neste sábado (10), às 18 horas, um ato ecumênico de resistência pela defesa dos seus direitos e do seu território.
O ato, que será realizado na secular Igreja de São João Batista (construída em 1612, data da fundação da comunidade e de São Luís) vai reunir um grupo de padres e pastores de várias denominações religiosas, além de representantes da Arquidiocese Metropolitana de São Luís e dirigentes de entidades da área dos direitos humanos.
“É um ato em defesa daquele território quilombola e contra a tentativa do governo do Maranhão de destruir aquela comunidade centenária”, explicou o deputado federal Domingos Dutra (PT), que vem apoiando a luta de resistência dos moradores do Vinhais Velho, e já denunciou a situação por várias vezes na Comissão de Direitos Humanos e Minorias e no Plenário da Câmara dos Deputados.
De acordo com o deputado, uma das alças da avenida Via Expressa – também chamada de “Via Depressa”, “Via Eleição” e “Via Shopping by Shopping” – começa em frente ao shopping Jaracaty (de co-propriedade do senador José Sarney, conforme sua declaração à Justiça Eleitoral), passa ao lado do São Luís Shopping (de quem o marido da governadora, Jorge Murad, é tido como sócio até hoje) e termina ao lado do futuro Shopping da Ilha, que inaugura no próximo dia 20 – vai passar por dentro da comunidade, “destruindo laços familiares construídos ao longos desses anos, e ameaçando o patrimônio histórico, a cultura e meio ambienta daquela área”.
Domingos Dutra – que já participou de várias reuniões na comunidade e acompanhou uma comissão da Vila Vinhais Velho em órgãos como o Ministério Público Federal, Defensoria do Meio Ambiente e na Superintendência do Patrimônio da União – revelou a comunidade estar convicta que “rejeitar indenizações injustas e reivindicando a permanência em seu território, é possível”. E acrescentou: “Basta que o governo do estado recue a alça da Via Expressa, que a comunidade e a cultura serão salvas”, ressaltou Dutra.
Além do ato ecumênico deste sábado, a comunidade Vinhais Velho está articulando ações judiciais, uma carta ao papa Bento XVI, no Vaticano, shows com artistas da terra e planejamento de atos de resistências, “caso o governo teime em destruir parte da história do Maranhão”, conclui Dutra. (Com informações da assessoria do deputado Domingos Dutra)
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