O deputado Bira do Pindaré (PT) utilizou o pequeno expediente da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (03), para declarar seu apoio as reivindicações de moradores do bairro Vinhais Velho – ameaçados de despejo em virtude da obra da “Via Expressa” do governo do Estado.

A população da área criou uma Comissão e veio a ALEMA, na pessoa do líder José João Amorim da Silva. Eles estão colhendo assinaturas dos parlamentares que apóiam a luta da comunidade – uma das mais atingidas pela obra da “Via Expressa”.

“A Via Expressa não precisa afetar o Vinhais Velho, ela pode ser construída passando por outro caminho. Ah, vai custar mais? Certamente vai custar mais um pouco, mas o custo que vai ter para fazer uma alça alternativa, certamente vai ser muito menor do que despejar as 35 famílias do Vinhais Velho e afetar esse local, esse espaço que é uma referência histórica do Maranhão. Nós não podemos concordar e permitir que isso aconteça”, protestou Bira.

No bairro do Vinhais Velho a maioria das casas possuem grandes áreas, com nascentes de águas no fundo e uma diversidade de árvores frutíferas como juçarais, mangueiras, buritizais, além dos manguezais e o patrimônio histórico, que também está ameaçado pelo avanço da Via Expressa.

O parlamentar pediu o apoio dos demais deputados na mediação do caso e na solução da questão. Ele também garantiu sua assinatura no documento da comunidade que vai ser entregue ao Ministério Público. “Este é o apelo que a gente faz e endossamos anunciando que já coloquei a minha assinatura nessa representação e pedimos o apoio dos demais parlamentares”, conclamou Bira do Pindaré.

A comunidade do Vinhais Velho é a segunda comunidade mais antiga do Maranhão, fundada em 20 de outubro de 1612. Na área existe a secular Igreja de São João Batista (que completou 399 anos); o cemitério do Vinhais Velho – construído no século 18; um porto – construído no Governo Newton Belo (1961-1966); a escola Municipal Oliveira Roma, além de diversas fontes e reservas naturais que abastecem a comunidade e servem como atrativo turístico.

Os moradores da região protestam contra o valor das indenizações oferecidas pelo governo do Estado. Segundo eles, estão muito aquém do valor de mercado. Os mesmos reivindicam da Sinfra que os ouçam, para que eles apresentem uma alternativa à atual concepção do projeto da Via Expressa.

Na área habitam 600 famílias, num contingente populacional de aproximadamente 3 mil pessoas, em local remanescente de aldeamento indígena. Parte das famílias complementa sua renda com atividades como pesca, extrativismo de caranguejo e coleta de frutas. (Com informações da Assecom Dep. Bira)