Uma homenagem à Maria das Graças Saraiva Barroso
Um grande orgulho do titular deste blog é ter leitores simples, humildes, de bom coração e alma honesta. Um deles foi Dona Maria das Graças Saraiva Barroso, uma mulher guerreira, de fé inabalável e temente a Deus. Ao longo de sua vida buscou um estado mais justo e igualitário, lutou pela melhoria de vida de quem estava ao seu redor e, acima de tudo, fez o bem ao próximo, sem distinção.
Todos os anos prestamos, neste humilde espaço, uma homenagem a essa grande mulher, irmã de fé em Cristo, que nos deu a honra, em vida, de ser leitora deste blog.
Professora atuante por várias décadas na rede pública de ensino de Colinas, Dona Graça Saraiva, que nasceu na cidade de Passagem Franca, viveu até os 61 anos e foi uma grande educadora, militante da política e incentivadora da cultura local.
Além da licenciatura, Dona Graça seguiu vida acadêmica, com suas monografias apresentadas à UEMA. A primeira foi “A passagem da Coluna Prestes pelo Alto Itapecuru”, que narra trecho da saga da grande liderança de nosso partido Luís Carlos Prestes quando, em seus 25 mil quilômetros percorridos, passou pelo nosso estado.
Sua dissertação mais recente, de 2006 – “A Escravidão e a Crise do Escravismo no Antigo Município de Picos (MA)” –, mostrou o movimento que Dona Graça seguia, nos últimos anos, de buscar identidade negra de nosso povo. Seu foco principal na pesquisa sobre a história do nosso estado e da sua região em particular passa a ser a origem da população negra maranhense, que chegou a representar mais da metade dos moradores da então província do Maranhão (50,9%), na época vivendo sob regime da escravidão.
Dona Graça Saraiva faleceu em outubro de 2011, mas deixou para sempre o legado de uma mulher de Deus, com sua existência marcada pelo amor, companheirismo, fraternidade e solidariedade, na incansável defesa da educação e da justiça social.
Abaixo, o blog publica texto produzido em sua lembrança por um dos seus filhos.
BEIJOS, MÃE!
Por Márcio Jerry Saraiva Barroso
É sempre estranho o susto repetido nestes quatro anos toda vez que ao lembrar de algo que passou ou de algo que farei; ou quando é uma alegria pra dividir, um orgulho a narrar; enfim, em variados momentos especiais, me assalta um vazio e a lembrança triste: minha mãe já não está fisicamente entre nós.
Quatro anos ! Desde aquele 30 de outubro de 2011, há um vazio em mim, no meu pai, nos meus irmãos, na tia Edna, em tantos outros, familiares e amigos, que conviveram com a professora Graça Saraiva.
Vazio que vai se preenchendo com as lembranças vivas de uma mulher que como naquele dia tão triste dissemos: “uma vida para sempre presente em nossas vidas”. Mãe, companheira, avó, amiga, professora, conselheira, pesquisadora, política, sindicalista…uma mulher lutadora, de princípios humanitários sólidos, corajosa e meiga.
Divido com vocês a saudade e a reverência, a saudade e a pulsação de vida, a saudade e os exemplos, a saudade e a alegria de ser filho dela, e de saber que a nossa existência é tão misteriosa – só perscrutável por nossa fé em Deus – que estamos separados na matéria mas unidos espiritualmente. A minha, a nossa mãe, nossa amiga, a esposa do João Francisco, a irmã da Edna, a professora de tantos…ela está aqui conosco, sempre.
Beijo, mãe ! Viva a professora Maria das Graças Saraiva Barroso!!!
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