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“Totalmente perdido”, avalia deputado do MA sobre comando de Nelson Teich

O presidente Jair Bolsonaro e o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, durante pronunciamento no Palácio do Planalto

Vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry (MA) criticou nesta quinta-feira (7) a falta de respostas do ministro Nelson Teich sobre o avanço da pandemia da covid-19 no Brasil. Durante a reunião virtual da Comissão Externa de Ações Preventivas ao Coronavírus da Câmara, a primeira com a participação de Teich, o chefe da Saúde tentou explicar ações que vem sendo desenvolvidas desde que assumiu o comando da pasta, em 17 de abril, mas não detalhou como fará para conter o avanço da doença.

“E o ministro Teich não deu um alento hoje em reunião com a Comissão Externa da Covid-19. Relatou dificuldades e não explicou como fará concretamente para entregar os kits para testagem nem tampouco os kits de UTIs. Totalmente perdido, eis a impressão que deixa a cada vez que fala”, disse Jerry.

Além das dificuldades para aquisição de respiradores, Nelson Teich e secretários relataram a entrega de 3 mil leitos para o atendimento de pacientes infectados pelo coronavírus em todo o país e afirmaram que até setembro, 46 milhões de testes deverão ser entregues a estados para detecção dos casos. No entanto, não explicou porque até o momento apenas 13% deste número foi distribuído e nem como irá adquiri-los. Na comissão, Teich também informou que encomendou de empresas nacionais mais de 14 mil respiradores, com entrega de 200 unidades por semana. Mas nesse ritmo, os estados só receberiam todos os aparelhos em 2021.

O ministro também preferiu não se manifestar quando questionado sobre como encarava a presença do presidente Jair Bolsonaro em recorrentes manifestações, a respeito dos números de mortos registrados nos últimos dois dias e como fará para garantir o aumento de respiradores, cuja carência já é verificada na maior parte dos estados. Quando questionado sobre a recomendação do ministério quanto à necessidade do isolamento social, Teich se esquivou novamente.

“Esta é decisão de estados e municípios e é preciso analisar caso a caso”, desconversou, um dia depois de defender o lockdown nos locais onde a doença já é considerada crítica. “O que estamos fazendo é integrar as informações existentes, para criar indicadores, que não existiam, para que a gente possa ter um sistema e entender o que está acontecendo”, disse.

Ontem, o Brasil bateu seu segundo recorde de mortes registradas em um só dia, com 615 novos óbitos, se tornando o sexto país com mais óbitos no mundo. Ao todo, ainda foram 10.503 novos casos confirmados, fazer o país chegar à marca dos 125.218 infectados.

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