Fechar
Buscar no Site

Tirar Lobão do ministério para colocá-lo no Senado seria trocar “12 por meia dúzia”

Nos primeiros meses desta Legislatura, em 2011, oito senadores do PMDB, muitos cristãos novos na Casa, lutaram para enfraquecer a voz de comando de Renan Calheiros dentro da bancada. Não passou uma semana entre março e junho sem que eles fizessem pelo menos uma reunião, interessados em fixar uma nova relação e rodízio nos espaços de poder. Hoje, esse grupo é coisa do passado. E tudo indica que a tendência deles hoje é fechar com o líder Renan para presidir o Senado a partir de 1º de fevereiro de 2013.

Dentro do Senado, a sensação é de um PMDB em paz consigo mesmo, apesar do desconforto de alguns como Jarbas Vasconcelos (PE). Ao ponto de a bancada fixar algumas premissas para o futuro. Primeiro, é praticamente consenso que Edison Lobão (MA) é um companheiro, mas não para presidir o Senado. Isso porque é pra lá de bem relacionado com a presidente Dilma Rousseff. E o PMDB quer alguém mais PMDB e menos Dilma — um perfil similar ao do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que já tem até o apoio do PT para comandar a Câmara.

Além disso, Lobão é, hoje, ministro de Minas e Energia, uma área de grandes empresas e negócios. E tem por intermédio de seu primogênito, o senador Lobão Filho (PMDB-MA), voz ativa na Casa. Tirar Lobão do ministério para colocá-lo no Senado não seria nem trocar seis por meia dúzia, seria trocar “12 por meia dúzia”, com desvantagem para o partido.

Essa equação joga a eleição praticamente no colo de Renan Calheiros, se ele quiser mesmo comandar a Casa e não surgir nada de extraordinário que possa comprometer esse projeto. Em conversas informais, o episódio que quase lhe custou o mandato — que veio à tona a partir da descoberta de uma filha fora do casamento — é tratado como coisa do passado pelos senadores. Embora Renan continue discretíssimo sobre seu futuro — houve inclusive especulações sobre uma possível candidatura ao governo de Alagoas —, há quem diga que ele não pensa em outra coisa. Até para ser candidato ao governo estadual, em 2014, seus aliados consideram melhor que Renan presida o Senado. Assim, ainda pode fechar um acordo com o PT, licenciando-se do cargo no período da campanha para deixar que um vice-presidente petista comande a Casa. (Da Coluna Entrelinhas, Correio Braziliense)

O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.

mais / Postagens