Temer debate crise com Sarney
Após almoçar com três ministros tucanos, o presidente Michel Temer recebeu, na tarde deste sábado (27), a visita do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) para debater a crise pela qual atravessa seu governo.
Acompanhando apenas por seu motorista, Sarney entrou no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, por volta das 16h30. A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto não informou a pauta do encontro dos peemedebistas.
O ministro da secretaria-geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB-RJ), chegou para o encontro por volta das 18h e participou dos últimos 30 minutos da reunião.
Sarney saiu do Jaburu por volta das 19h. Após a saída do ex-presidente, Temer continuou reunido com Moreira Franco, que é um de seus auxiliares mais próximos.
Saída negociada?
Sarney vem defendendo nos bastidores que Temer opte por uma “saída negociada”, conforme publicou a coluna “Painel”, da “Folha”. A informação foi confirmada pelo UOL junto a interlocutores do ex-presidente.
Um dos focos da conversa entre Temer e Sarney, segundo apurou a reportagem, é a permanência do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) como líder do partido no Senado. A bancada do PMDB marcou para as 15h de terça-feira (30) uma reunião para discutir a situação de Renan, que têm feito duras críticas a Temer e defende a renúncia do presidente.
Tirar Renan da liderança seria um tiro no pé do governo, na opinião de Sarney, segundo fontes ouvidas pela reportagem. O Palácio do Planalto, por sua vez, sabe dos riscos de uma “ruptura traumática” com Renan, apurou o UOL.
Almoço com tucanos mais cedo
Mais cedo, Temer almoçou com ministros tucanos –Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Bruno Araújo (Cidades), além do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen. O militar e o chanceler estavam acompanhando de suas respectivas mulheres, que foram recepcionadas pela primeira-dama, Marcela Temer.
O PSDB, que condicionou seu apoio a Temer ao resultado do julgamento da chapa Dilma-Temer, é o mais importante aliado do governo no Congresso Nacional, mas ensaia desembarcar da base aliada, sob pressão de parte dos deputados do partido.
Enquanto os tucanos almoçavam com o presidente, outro cacique do partido, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), em São Paulo, voltou a defender que o compromisso do PSDB não é com o governo, mas com o País.
“Nosso compromisso é com o Brasil, com as reformas, que são necessárias para retomar a atividade econômica. E não mudou a nossa posição em relação ao governo Temer, pelo contrário, diante da instabilidade estamos e ficaremos ajudando e aguardando os desdobramentos”, disse o governador. “Muitas coisas não dependem de nós”.
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