Temer com cara de Sarney, por Ricardo Noblat
O pior dos sonhos do presidente Michel Temer começa a ganhar contornos de realidade.
Tudo o que ele jamais quis foi chegar ao fim do seu governo como o então presidente José Sarney (PMDB) chegou ao dele em 1989.
Impopular, sem força para aprovar coisa alguma no Congresso, Sarney virou um saco de pancada na eleição daquele ano.
Nenhum dos 22 candidatos à vaga dele se dispôs a defender o seu governo. Nem mesmo Ulysses Guimarães, do PMDB.
O projeto de Temer de ser candidato à reeleição faz água. Ninguém o leva a sério nem dentro nem fora do PMDB.
Sua esperança de crescer alguns pontinhos nas pesquisas de intenção de voto foi pelo ralo com os números recentes do Datafolha.
A intervenção federal no Rio ainda não deu em nada e levou um forte tranco com o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Para agravar seu infortúnio, Temer corre o risco de ser denunciado pela terceira vez por crime de corrupção.
Se for, dificilmente será salvo pela Câmara. Deputado às vésperas de eleição só pensa em sobreviver.
Os que votaram para rejeitar as duas primeiras denúncias contra Temer estão pagando um dobrado junto aos seus eleitores.
Mais rápido do que seus auxiliares poderiam imaginar, Temer está sendo expulso de um jogo que gostaria de jogar até o fim.
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