A ex-governadora Roseana Sarney podia até não querer mais disputar um cargo público após sua lastimável saída do Palácio dos Leões. A filha do ex-senador José Sarney, cuja gestão marcada por caos administrativos, mortes, rebeliões, cabeças decapitadas em Pedrinhas, chegou a ter 77% de desaprovação em 2014, último ano do seu governo. (reveja aqui)

Só que o sinal de alerta acendeu no grupo Sarney com as novas denúncias de corrupção envolvendo Roseana. Ela é acusada pelo Ministério Público e pela Justiça de ter cometido 4 graves crimes pelos quais pode ser condenada a pelo menos 6 anos de prisão. Há uma ação ingressada pelo Ministério Público do Maranhão de improbidade por um suposto rombo de R$ 1 bilhão nos cofres estaduais no esquema de fraudes em isenções fiscais quando a filha de Sarney era governadora.

Com a prisão dos ex-governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e Anthony Garotinho, o clã Sarney teme que Roseana tenha o mesmo destino dos dois colegas: a prisão.

Vale ressaltar que o esquema de isenções do ICMS denunciado pelo MPMA  também se repetia no Rio de Janeiro. No Maranhão o caso idêntico já é motivo de denúncia na Justiça e matéria publicada pelo blog do Garrone (leia Aqui) revelou que uma das 190 empresas que foram isentas de pagar pelo resto da vida o ICMS, a Companhia de Distribuição Araguaia (CDA) doou R$ 1,5 milhão para a campanha eleitoral de Roseana Sarney em 2010.

Roseana sabe, portanto, que diante das denúncias graves que envolvem seu nome, necessita breve de um mandato que lhe garanta foro privilegiado. Sem isso, a ex-governadora maranhense pode passar pela mesma situação vexatória e humilhante de Garotinho e Cabral.

Não é por acaso que de uma hora para outra a mídia saneisista coloca Roseana em evidência como possível candidata em 2018, estimulando-a concorrer novamente ao cargo de governadora, quando na verdade o pano de fundo dessa história é garantir a ela um mandato, qualquer que seja, até mesmo de deputada estadual. Tudo é melhor do que viver atrás das grades.