Ted Lago: “Federalização do Porto do Itaqui é retrocesso”
O presidente da Empresa Maranhense da Administração Portuária (Emap), Ted Lago, avaliou a ideia de federalização do Porto do Itaqui, administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) como um retrocesso.
“A palavra que define a ideia de federalizar o Porto é retrocesso. O próprio Governo Federal, há mais de 10 anos, chegou à conclusão que o melhor modelo é delegar aos estados alguns dos principais portos brasileiros. A Emap, hoje, tem muito mais condições de investir no Porto do Itaqui do que o Governo Federal”, disse.
Ted Lago chamou a atenção para o déficit fiscal do Governo Federal em função da crise, anunciado na semana passada, e que já ultrapassa os R$ 170 bilhões. “Com a crise, o Governo Federal tem muito mais preocupação em investir na educação, na saúde, pagar suas contas. O Itaqui tem autonomia de receita orçamentária, todo o investimento advém de tarifas portuárias, arrendamentos e outras movimentações,” esclareceu.
Defendida pelo suplente de senador Edinho Lobão, após a chegada do PMDB ao poder com Michel Temer, a ideia foi rechaçada pela sociedade e por representantes dos empresários do Maranhão.
O presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Edílson Baldez, disse que a tentativa de federalizar o Porto do Itaqui exige mobilização de toda a sociedade. “A transferência desse patrimônio só trará prejuízos e poderá afetar a economia maranhense. Além de trazer imensas perdas ao empresariado local que luta para sobreviver no momento de crise que o país atravessa”.
O lucro do Porto do Itaqui, em 2015, foi superior a soma do dos lucros obtidos entre os anos de 2011 e 2014, últimos da era Sarney. A irresponsabilidade com interesses do Maranhão, mostrada na incapacidade de gerir o Porto no passado, é reeditada agora com a tentativa de tirar do Estado um dos principais complexos portuários do país.
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