Uma ‘decisão de governo’ encerrou, na noite de quarta-feira, a gestão do oficial Raimundo Sá (Coronel Sá) como subcomandante da Polícia Militar do Maranhão. A notícia, que veio à tona apenas na manhã de ontem, pegou de surpresa não só a tropa como vários segmentos da sociedade, principalmente a imprensa, que há um bom tempo admira, reconhece e exalta o trabalho do Coronel Sá.

Mas o que levou o Governo do Estado a tirar o Coronel Sá do subcomando da PMMA? Essa era a grande pergunta feita ontem na cidade. E, pra variar, especulações não faltaram; dentre elas, a de que Sá não atenderia ‘requisitos de confiabilidade’ por ser amigo do ex-deputado e ex-secretário de Saúde Ricardo Murad. Um equívoco, convenhamos. O profissionalismo do Coronel Sá, e quem o conhece e priva da sua amizade sabe disso, está acima de qualquer coisa. Além do que, tivesse procedimento essa versão nem a subcomandante ele chegaria.

Alguns supostos posicionamentos do oficial contrários ao pensamento do Palácio dos Leões também poderiam ter originado a ‘decisão de governo’, conforme as especulações que correram a cidade por toda essa quarta-feira.

O diretor de Redação do Jornal Pequeno, jornalista Lourival Bogéa, é testemunha do caráter, da dedicação ao trabalho e do profissionalismo do Coronel Sá. Ainda no governo Roseana Sarney, pouco depois de ser promovido, ele indicou o jornalista Lourival Bogéa para ser um dos agraciados com a medalha ‘Brigadeiro Falcão’. Profissional, manteve a indicação mesmo com a ‘cara-feia’ de alguns serviçais da ex-governadora, prontos a ‘mostrar serviço’.

Mudanças são rotineiras em governos, mas normalmente têm alguma explicação plausível. Essa soou estranho. Não restam dúvidas sobre as qualidades do substituto do Coronel Sá, o Coronel Ismael Fonseca, um oficial igualmente dedicado, profissional e correto. O que intriga é a substituição desnecessária, sem qualquer motivo aparente; ainda mais nas circunstâncias em que ela acontece, chegando aos ouvidos do substituído em forma de ‘zum-zum-zum’ e confirmado num telefonema seco e sem maiores explicações. Ruim isso para um governo que se propõe a mudar práticas. (Jornal Pequeno)