STF breca há 4 anos processos que filho de Sarney quer esconder
Vinícius Segalla
Do UOL, em São Paulo
O empresário Fernando Sarney, vice-presidente da CBF e recém-nomeado representante da entidade na Fifa, é investigado desde 2006 por Polícia e Ministério Público Federal por supostamente ter cometido crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude em licitação e desvio de recursos públicos, entre outros. As autoridades instauraram quatro inquéritos policiais até 2010, juntando provas que sustentam uma investigação que corre em segredo de Justiça.
Desde 2011, porém, como mostram documentos do processo a que o UOL Esporte teve acesso, o trâmite judicial não anda, encontra-se estacionado no STF (Supremo Tribunal Federal), que já levou quatro anos sem decidir se algumas provas colhidas por policiais e procuradores são legítimas e se podem ou não ser utilizadas nos procedimentos.
O ministro Dias Toffoli é o responsável pelo julgamento. Enquanto ele não decidir, não é possível processar Fernando Sarney, e o empresário segue livre e sem responder aos fatos que foram levantados pelas investigações da PF e do MPF.
Como, por exemplo, conforme evidenciaram interceptações telefônicas, por que mantinha um informante dentro da Polícia Federal, que lhe passava, em tempo real, informações sigilosas sobre operações policiais. E por que este informante acabou por se tornar Secretário de Segurança do Maranhão durante o governo de Roseana Sarney, sua irmã.
Ou por que se tornou alvo de inquéritos para apurar os crimes de evasão de divisas (Inquérito Policial nº 624/2010), fraudes no setor elétrico e de transportes (IPL nº 494/2010), sonegação fiscal (IPL nº 646/2010) e crimes contra o sistema financeiro (IPL nº 647/2010).
Segue, abaixo, um resumo de como Fernando Sarney, segundo investigações de autoridades federais, aguarda por Toffoli para responder a processos por crimes que, juntos, poderiam gerar uma condenação de mais de 50 anos de prisão.
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