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José Sarney silencia sobre propina de R$ 18 milhões recebida

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada que o ex-senador José Sarney (PMDB) recebeu propina de contratos da Transpetro durante nove anos, no valor total de R$ 18,5 milhões. Desse montante, R$ 16 milhões foram recebidos em espécie. O dinheiro está inserido na propina total repassada pela Transpetro ao PMDB, que somou mais de R$ 100 milhões ao longo dos anos.

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Em artigo publicado no domingo, Sarney confirmou que Machado era seu amigo, de almoçar, lanchar e jantar em sua casa, porém silenciou sobre o montante de propina recebida.

Sem explicar a acusação de que Machado teria lhe repassado quase R$ 19 milhões em propina, José Sarney tergiversou e saiu-se com uma declaração estapafúrdia, subestimando a inteligência do povo brasileiro: “Ele [Machado] chorava a injustiça de que estaria sendo alvo, lançava iscas, comentários longos que me induziam, procurando ser solidário, a dizer as frases que queriam ouvir e que desejavam que fossem ouvidas“, disse Sarney.

Ora, como alguém pode dizer que recebeu milhões em propina somente pelo fato de um amigo querer ouvir isso? Como assim? Nenhuma autoridade da Justiça, por mais inocente que seja, aceitará uma explicação tão desconexa.

Machado e Sarney eram amigos de mais de 20 anos. O primeiro chamava o segundo de pai e sempre costumava levar chocolate para dona Marly Sarney, mulher do oligarca.

Nas gravações escondidas feitas pelo ex-presidente da Transpetro durante esses encontros, José Sarney aparentou preocupação e quis saber se uma ajuda que ele próprio recebeu de Machado é do conhecimento de mais alguém.

Sarney pergunta: Mas alguém sabe que você me ajudou?

Machado responde: Não, sabe não. Ninguém sabe, presidente.

Agora todo mundo já sabe que ajuda foi essa. Sérgio Machado pagou, segundo ele, cerca de R$ 19 milhões desviados da Transpetro para Sarney.

O primeiro repasse de propina a Sarney foi realizado em 2006, no valor de R$ 500 mil. A princípio, o dinheiro era repassado sem periodicidade certa. A partir de 2008, as parcelas eram pagas anualmente. Os repasses perduraram até agosto de 2014. O dinheiro era transferido ora como doações oficiais ao PMDB, com recomendação expressa de repasse a Sarney; ora em entregas em espécie. A origem dos recursos eram as empresas com contrato com a Transpetro, que são investigadas na Lava-Jato.

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