Sobre as críticas aos institutos de pesquisas em São Luís
Editorial do Jornal Pequeno
É um equívoco criticar os institutos de pesquisa pelos desacertos no resultado das eleições em São Luís. Nenhum instituto do planeta seria capaz de detectar a surpreendente e inacreditável disparada do candidato Eduardo Braide, que aconteceu praticamente a dois dias das eleições, após o debate realizado pela TV Mirante/Rede Globo, encerrado já na madrugada de sexta-feira.
O debate na TV, repercutido maciçamente pelas redes sociais, modificou, rápida e surpreendentemente, o panorama da disputa eleitoral para prefeito de São Luís, comprometendo a previsão das empresas de pesquisa, já que esse fato revelou um “sujeito oculto”, a dois dias do pleito: justamente o candidato Eduardo Braide e sua performance diante dos demais postulantes.
As pesquisas, de um modo geral, vinham retratando um quadro coerente com o desenrolar da campanha. O prefeito Edivaldo Holanda chegou a ter um pico de intenção de votos, entre 50 e 55%, logo após o debate da TV Guará, que não teve a sua presença e no qual o candidato Wellington do Curso começou a perder terreno.
Vieram as ações criminosas, de incêndio a ônibus, e com elas uma queda do prefeito até a faixa aproximada de 45%, na média. Veio então o debate da TV Mirante e a boa performance de Eduardo Braide mudou toda a história, o que não deu tempo de ser detectado pelos institutos.
Dois deles – Data M e Escutec – ainda conseguiram detectar um ligeiro crescimento de Braide, mas nada comparado aos mais de 20% das intenções de voto que o levaram ao segundo turno. O Data M, por exemplo, que nas últimas duas rodadas de pesquisas encontrou números que poderiam decretar Edivaldo como vencedor no primeiro turno, em sua última sondagem, divulgada pelo Jornal Pequeno no domingo da eleição, mostrou Eduardo Braide na terceira colocação com 11,7%. A Escutec detectou o candidato do PMN com quase 8%. Como se vê, bem longe dos quase 22% que ele conseguiu na hora da verdade, nas urnas.
Ao contrário do Data M, a Escutec previu que haveria segundo turno, diante do crescimento de Eduardo Braide, mas não a ponto de levá-lo a disputar com Edivaldo. A tendência era o embate Edivaldo x Wellington do Curso. A Escutec acertou errando.
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