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Sarney e Roseana trabalham pela ‘lista fechada’. Saiba o motivo

Há duas semanas, a ex-governadora Roseana Sarney participou de um almoço na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e discutiram, entre outros assuntos, mudanças no sistema eleitoral. Na ocasião, foi defendido pelos presentes o voto em lista fechada, já que esse sistema promove a impunidade daqueles que estão envolvidos em escândalos de corrupção, como é o caso de Roseana e do seu pai, o ex-senador José Sarney.

Para quem não sabe, no modelo de de “lista fechada” os eleitores votam no partido em vez de escolherem candidatos avulsos, e os votos são depois distribuídos de acordo com uma ordem de candidatos previamente definida pela legenda. A proposta tem como objetivo facilitar a eleição e reeleição de políticos desgastados pelas denúncias da Lava Jato e outras operações de combate à corrupção, evitando assim a perda da prerrogativa de foro.

A ex-governadora Roseana Sarney é ré por um rombo de 1 bilhão nos cofres estaduais por conta de um esquema de fraudes em concessões de isenções fiscais que ocorreu na sua gestão, segundo denúncia do Ministério Público do Maranhão. Ela pode ser condenada a pelo menos 6 anos de prisão. A denúncia foi feita pelo promotor Paulo Roberto Barbosa Ramos no último dia 21 de outubro. Entre os réus também estão dois ex-secretários da Fazenda e dois ex-procuradores gerais do Estado.

No caso de José Sarney, ele é citado 49 vezes na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O delator diz ter direcionado propina de R$ 18,5 milhões a Sarney nos anos em que chefiou a estatal (2003-2014). Segundo Machado, Sarney recebeu R$ 16 milhões em dinheiro vivo proveniente da Transpetro. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, determinou abertura de inquérito para investigá-lo. Ao pedir autorização do STF para a instauração de inquérito destinado a apurar o crime de embaraço à Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot se referiu ao grupo formado por Sarney como ‘quadrilha’ e ‘organização criminosa’. Sarney está também na lista de pedidos de abertura de inquérito apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, com base nas delações premiadas da Odebrecht.

Ou seja, Sarney e Roseana trabalham pela lista fechada como uma “estratégia de autodefesa”, já que enfrentam processos na justiça, além do desgaste de imagem provocado pelo caos, atraso e miséria de seus governos oligárquicos no Maranhão.

A lista fechada deixa o nome do candidato escondido dos eleitores, e isso favoreceria a eleição de investigadas por corrupção, a exemplo de Sarney e Roseana, uma forma de garantir foro privilegiado. A lista fechada permitiria que os donos do partidos políticos controlem a lista. Com o voto em lista fechada – quando o eleitor vota na lista do partido, e não mais no candidato – eles teriam facilidade de se eleger, já que controlam o PMDB no Maranhão e facilmente teriam seus nomes incluídos na lista.

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