Sarney quer anular Operação Lava Jato para livrar Roseana e Lobão
A tentativa do ex-senador José Sarney (PMDB) de anular a Operação Lava Jato é uma forma de livrar das investigações sua filha, Roseana Sarney (ex-governadora do Maranhão) e seu aliado polítco, senador Edison Lobão (ex-ministro de Minas e Energia).
De acordo com a revista Veja, na reunião que manteve há dez dias com líderes do PMDB num café da manhã na casa do senador Renan Calheiros, José Sarney aconselhou o ex-presidente Lula a procurar Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, para levá-lo a conter o trabalho do juiz Sérgio Moro, que comanda a operação Lava Jato.
Sarney teme que Roseana logo seja alvo da mesma ação da Polícia Federal desencadeada na manhã desta terça-feira (14), chamada operação Politeia, um desdobramento da Lava Jato, com execução de mandados de busca e apreensão em casas de políticos. Foram confirmadas buscas nas casas do senador Fernando Collor (PTB-AL) em Brasília e em Maceió, na casa do senador Ciro Nogueira (PP-PI) em Brasília, na residência do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), em Brasília, e na casa do ex-ministro e ex-deputado Mário Negromonte (PP-BA), na Bahia.
Ao todo, a polícia tem 53 mandados para cumprir, autorizados pelos ministros Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal(STF). Os mandados fazem parte de seis inquéritos do Supremo que investigam políticos dentro da operação Lava Jato. Segundo a polícia, o objetivo é evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos.
Nada impede que as mesmas buscas possam também ser feitas nas residências de Roseana Sarney e Edison Lobão, em São Luís.
Na capital alagoana, agentes da polícia também cumpriram mandado no prédio da TV Gazeta, afiliada da TV Globo. A Gazeta tem Collor como um dos principais acionistas. No Maranhão, a família Sarney é propietária da TV Mirante e a família Lobão é detentora da TV Difusora.
As acusações contra a ex-governadora Roseana Sarney foram extraídas de depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele está colaborando com a Justiça em troca da redução da pena por meio de um acordo de delação premiada. Paulo Roberto afirmou que em 2010 mandou entregar R$ 2 milhões em espécie para a campanha à reeleição da governadora, a pedido do então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, hoje senador pelo PMDB do Maranhão. De acordo com Paulo Roberto, ele se reuniu pessoalmente com Lobão, que teria lhe feito o pedido.
Paulo Roberto também declarou que se encontrou várias vezes com Roseana, seja no Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão, ou na casa da própria Roseana. E que, nas reuniões onde estavam apenas os dois, ela sempre perguntava se estava tudo acertado.
O conteúdo deste blog é livre e seus editores não têm ressalvas na reprodução do conteúdo em outros canais, desde que dados os devidos créditos.