O atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), apesar de ter contratado uma empresa de consultoria pago com recursos da verba indenizatória do Senado para propor uma repaginação, parece não disposto a contribuir para melhorar sua imagem. A última do velho oligarca maranhense – mais uma para o rol de escândalos, segundo informação de uma fonte fidedigna do blog, é que teria mandado grampear o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL).

Entre os motivos de Sarney ter supostamente determinado escutas telefônicas para vasculhar a vida de Renan estaria a disputa pela presidência do Senado Federal. Segundo comenta-se nos bastidores políticos de Brasília, o Planalto não quer Calheiros na direção do Senado e Sarney, ao seu velho estilo de plantar dificuldades para colher vantagens, teria se prontificado a barrar a eleição do colega.

Sarney teria mandado grampear, durante 24 horas, o celular, o fixo da casa e até as linhas do gabinete de Renan. O escopo do presidente do Senado seria saber o que Renan anda conversando sobre a sucessão da Casa. A estrutura para grampear Calheiros seria do próprio Senado, onde foram adquiridos equipamentos modernos e aparelhos de última geração.

O sistema citado acima é semelhante ao de grampos da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, montada pela governadora Roseana Sarney e comandado pelo agente policial Aluísio Guimarães Mendes Filho (PF), ex-segurança de Sarney e atual secretário de Segurança do Estado, o qual passa por uma paralisação de policiais militares e bombeiros. Este sistema Guardião é capaz de grampear simultaneamente conversas telefônicas de 300 celulares e 48 telefones fixos.

Portanto, a prática de bisbilhotar e revirar a vida dos adversários é comum entre o clã Sarney, tanto no Maranhão quanto no Amapá e em Brasília. Para a decepção do tetrapresidente Sarney e sua turma (que sonha em continuar no comando do Congresso Nacional), hoje Renan tem a simpatia de grande parte dos senadores e deve vencer a eleição na Casa.