Sarney faz jogo duplo e divide aliados na defesa e no ataque de Dilma
O ex-senador José Sarney é um bom estrategista político. No caso do saída do PMDB do governo e o impeachment da presidente Dilma, sua expertise no jogo da dissimulação fica evidente. Sarney adota uma posição de neutralidade diante da crise instalada no governo, fica em cima do muro observando o momento certo de dá o bote (isto é, pender para o lado que vencer).
Dentro desse estratagema malicioso de jogar nos dois times, José Sarney dividiu os aliados no PMDB nas seguintes frentes: Roseana, a filha, e o senador Lobão estão no time que defende o rompimento com Dilma e a saída do governo.
Na outra ponta, está o senador João Alberto, escalado por Sarney para defender o governo petista, baseado no argumento da lealdade com a presidente. Nada mais que uma forma de o grupo Sarney não perder os cargos federais no Maranhão.
Caso Dilma seja afastada, Sarney prospecta a possibilidade de Roseana virar ministra no governo de Michel Temer. Já na eventualidade da presidente permanecer, João Alberto pode também assumir um ministério. Ou indicar algum aliado em comum acordo com Sarney.
Ao lado disso, a artimanha do oligarca é uma forma de contrapor o governador Flávio Dino, que ganharia muito força com a presidente – ao menos em tese, já que Dino é o maior defensor do mandato de Dilma no país.
Bom, em síntese, Dilma ficando ou não no cargo, Sarney ganha de todo jeito.
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