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Sarney e Lobão receberam mais de R$ 42 milhões em propina

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou a investigadores da Operação Lava Jato, em depoimentos de delação premiada, ter repassado propina a mais de 20 políticos de 6 partidos. O novo delator da Lava Jato contou aos procuradores da República sobre pedidos de doações eleitorais de parlamentares de PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PC do B.

O ex-senador José Sarney e o senador Edison Lobão, maranhenses do PMDB, receberam, juntos, o total de R$ 42,5 milhões em propina.

sarney e lobão

O acordo de delação premiada, que pode reduzir eventuais penas de Machado, em caso de condenação, foi homologado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A íntegra dos depoimentos, que somam 400 páginas, foi tornada pública no inicio da tarde desta quarta-feira (15).

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada que o ex-senador José Sarney (PMDB-AP) recebeu propina de contratos da Transpetro durante nove anos, no valor total de R$ 18,5 milhões. Desse montante, R$ 16 milhões foram recebidos em espécie. O dinheiro está inserido na propina total repassada pela Transpetro ao PMDB, que somou mais de R$ 100 milhões ao longo dos anos.

O primeiro repasse de propina a Sarney foi realizado em 2006, no valor de R$ 500 mil. A princípio, o dinheiro era repassado sem periodicidade certa. A partir de 2008, as parcelas eram pagas anualmente. Os repasses perduraram até agosto de 2014. O dinheiro era transferido ora como doações oficiais ao PMDB, com recomendação expressa de repasse a Sarney; ora em entregas em espécie. A origem dos recursos eram as empresas com contrato com a Transpetro, que são investigadas na Lava-Jato.

LOBÃO

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou ainda em seu acordo de delação premiada que foi pressionado a pagar a “maior propina do PMDB” ao então ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, hoje senador pelo PMDB do Maranhão. Segundo Machado, a exigência foi feita por Lobão por causa da condição de ministro e porque a Transpetro estava vinculada ao ministério que ele comandava.

“Que o depoente [Machado] se reuniu com ele no seu gabinete no ministério; Que Lobão afirmou que na qualidade de ministro queria receber a maior propina mensal paga aos membros do PMDB”, disse. “Que ele achava que deveria receber o maior valor, porque sua pasta era responsável direta pela Transpetro”, declarou.

Segundo o delator, Lobão pediu R$ 500 mil por mês, mas Machado disse que só tinha condições de pagar R$ 300 mil. O ex-ministro orientou, segundo o delator, a forma, o local e o destinatário do dinheiro desviado de contratos da Transpetro.

“Que Lobão disse ao depoente que queria receber esse recurso em dinheiro e no Rio de Janeiro, frisando que só poderia ser no Rio de Janeiro e que o elo era seu filho, Márcio Lobão”, diz trecho da delação.

Ao todo, segundo o delator, o ex-ministro Edison Lobão recebeu R$ 24 milhões em propina, dos quais R$ 2,7 milhões foram pagos por meio de doações. Machado apontou que doações oficiais foram disfarçadas de propina, como repasses da Camargo Correa, R$ 1 milhão em 2010, Queiroz Galvão R$ 1 em 2010 e uma doação de R$ 750.000,00 em 2012.

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