Sarney diz que denúncias de 2009 foram ‘pastel de vento’
Por Oswaldo Viviani (JP)
Em entrevista aos jornalistas Ana Dubeux, Denise Rothenburg e Leonardo Cavalcanti, publicada hoje (8) no jornal Correio Braziliense, o presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) atacou mais uma vez de revisionista histórico, afirmando que as denúncias contra ele na séria crise ética do Senado, em 2009, foram um “pastel de vento”.
“Foi com grande amargura que eu atravessei aquele período no Senado [com as denúncias de atos secretos e privilégios na Casa ao longo do ano de 2009] e acho que foi uma das coisas mais injustas que vivi. Um pastel de vento que fizeram exclusivamente por motivos da guerra política para liquidar a pessoa que é tida como adversária. Eu serei sincero em dizer que não cicatrizou”, disse Sarney.
Perguntado se guarda ódio de seus adversários, Sarney afirmou ter “absoluta incapacidade de ter ódio”.
“Nunca tive inimigos. Nunca considerei as pessoas como adversárias. Não há um gesto meu, nem que eu tenha sido acusado, de eu ter erguido uma estátua à vingança. O ressentimento é contra a própria pessoa, porque ele cresce e a pessoa vive infeliz”, disse o senador, que também exagerou, como sempre, no autoelogio:
“Acho que nada que existe no Maranhão deixou de ter a minha mão, dos últimos 50 anos para cá”.
Sarney declarou ainda que “a democracia representativa está em xeque e os partidos estão enfraquecidos, não representam mais o povo”.
Também negou-se a admitir que há pobreza no Maranhão e que a imagem de estado miserável foi obra do governo do falecido Jackson Lago (PDT). “Tivemos um governo [do Jackson Lago, governador de 2007 a 2009, morto em abril deste ano] que foi contra e que achava que, para poder destruir o José Sarney, tinha que destruir o Maranhão. Então, ele investiu em destruir a imagem do Maranhão. E começou a divulgar esses índices todos a nível nacional”, afirmou Sarney.
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