Sarney critica Moro, delação premiada e desdenha: ‘tô de boa!’
Em artigo deste final de semana publicado no jornal O Estado do Maranhão (de sua propriedade), o ex-senador José Sarney faz críticas indiretas ao modelo de delação premiada e ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos criminais envolvendo a Lava Jato. Para Sarney, Moro e outros juízes da operação Lava Jato se aproveitam dos delatores.
No final do artigo, Sarney ainda desdenha, como se fosse ficar impune das acusações levantadas contra ele na Lava Jato. “Tô de boa”!
Em uma investigação que apura o pagamento de propina em obras da ferrovia Norte-Sul, o ex-presidente José Sarney é apontado por delatores da Odebrecht como beneficiário de repasses que somam quase R$ 800 mil, no que foi identificado até o momento na ‘Planilha da Propina’ da empreiteira. De acordo com o ex-executivo Pedro Carneiro Leão Neto, os pagamentos eram feitos a Ulisses Assad, então diretor da Valec, que se referia a Sarney como ‘o Grande Chefe’ e ‘Bigode’ para solicitar a propina na obra.
José Sarney é citado também – 49 vezes – na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O delator diz ter direcionado propina de R$ 18,5 milhões a Sarney nos anos em que chefiou a estatal (2003-2014). Segundo Machado, Sarney recebeu R$ 16 milhões em dinheiro vivo proveniente da Transpetro. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, determinou abertura de inquérito para investigá-lo. Ao pedir autorização do STF para a instauração de inquérito destinado a apurar o crime de embaraço à Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot se referiu ao grupo formado por Sarney como ‘quadrilha’ e ‘organização criminosa’.
Em maio do ano passado, o procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu a prisão de Sarney por suspeita de obstrução da Lava-Jato. Naquela ocasião, o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado gravou clandestinamente o peemedebista, preocupado com os desdobramentos das investigações do petrolão.
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