Sarney continua influente no Judiciário
A decisão da 2ª turma do STF de manter o ex-presidente José Sarney distante das garras do juiz Sergio Moro, potentado da Operação Lava-Jato, permite pelo menos duas interpretações. Nenhuma delas é republicana.
A primeira é que Sarney continuaria supostamente influente no Judiciário. Assim, o chefe do clã que comandou o Maranhão por 50 anos e deixou como herança o estado mais miserável do País, ao lado de Alagoas, tem chances de se safar das acusações de seu correligionário Sergio Machado, cujo grampo revelou conversas constrangedoras da veterana raposa.
Se tinha alguma credibilidade, o Supremo Tribunal Federal a perdeu ontem ao criar um foro privilegiado para o ex-senador José Sarney. Sarney é acusado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado de ter recebido propina de R$ 18,5 milhões proveniente da estatal.
Outra leitura, que não elimina a primeira, indicaria uma tendência para livrar os mais poderosos próceres do PMDB, até aqui praticamente ileso na Lava-Jato – tirante arrivistas como Sérgio Cabral, encarcerado no Rio de Janeiro. Como revelado por investigações do Ministério Público, lideranças do PT tomaram parte em dois grandes esquemas de corrupção: o Mensalão e o Petrolão. Enquanto governou, o PT sempre teve o PMDB como avalista insubstituível. No entanto, até aqui só o primeiro foi seriamente avariado.
Claro, há quem acredite que Sarney seja tratado como um cidadão comum. (Os Divergentes)
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