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Roberto Rocha afirma que PSB vai dialogar com demais partidos de oposição

Por Waldemar Terr (JP)

O novo presidente do diretório de São Luís do Partido Socialista Brasileiro (PSB), o ex-deputado federal Roberto Rocha, garante que vai dialogar com os partidos de oposição, a exemplo do PCdoB, PP, PDT e PPS, em torno da sucessão na capital. Pré-candidato a prefeito, Rocha diz que, encerrado o prazo de filiações, agora vai intensificar a organização do partido e o diálogo com os aliados.

‘Há uma convergência de ideias que pode levar a uma coligação. Em princípio, sou favorável à coligação. Trabalho pela construção da unidade majoritária e proporcional’, garante Rocha.

Fala também sobre os motivos que o levaram a deixar o PSDB e entrado para o PSB. ‘O Partido Socialista traz os ecos de uma história universal, ambientada em diversos países e alimentada pela chama da justiça social. Entre nós cabe lembrar o exemplo maior de Miguel Arraes. Ele foi maior porque não se subjugou jamais. Preferiu o exílio à desonra. Preferiu a solidão à companhia daqueles que rasgaram a constituição do país. Não fez da política um balcão de mercadorias. Por isso a sua memória perdurará, como uma pessoa de bem. É essa energia que move o partido em São Luís’, assegura Roberto.

A seguir, a entrevista.

Jornal Pequeno – O que o levou a trocar o PSDB pelo PSB?

Roberto Rocha – O PSDB tem quadros que honram a vida nacional e uma história digna, mas perdeu a capacidade de estimular o eleitorado com projetos de mudança. Falhou ao não capitalizar os seus feitos e deixou no eleitor a sensação de que não tem mais meios de gerar expectativas e de surpreender. Foi decisivo para repensar o Estado, estabilizar a moeda e imprimir a marca da responsabilidade fiscal, mas não alcançou a mesma eficiência na sua relação com a sociedade.

JP – Qual a situação atual do PSB após o senhor ter assumido o comando do diretório de São Luís?

RR – O Partido Socialista traz os ecos de uma história universal, ambientada em diversos países e alimentada pela chama da justiça social. Entre nós cabe lembrar o exemplo maior de Miguel Arraes. Ele foi maior porque não se subjugou jamais. Preferiu o exílio à desonra. Preferiu a solidão à companhia daqueles que rasgaram a constituição do país. Não fez da política um balcão de mercadorias. Por isso a sua memória perdurará, como uma pessoa de bem. É essa energia que move o partido em São Luís.

JP – Qual o estilo que o senhor pretende imprimir na condução do PSB?

RR – Entendo que é da nossa responsabilidade de homens públicos quebrar as obstruções que fazem com que a carreira política seja interditada para a maioria dos nossos jovens. O desafio é grande, pois com a internet a participação tornou-se ampla e livre. As redes sociais conseguem hoje mobilizar com uma intensidade que nenhum político ou mesmo partido é capaz. Naturalmente, essa nova realidade tem dado um novo dinamismo ao jogo da política. Os partidos que não compreenderem isso estarão se desconectando do futuro.

JP – Como se encontra a articulação da pré-candidatura do senhor a prefeito de SL?

RR – Encerrado o prazo de filiações, vamos intensificar a organização do partido e o diálogo com os aliados.

JP – Qual pode ser o melhor caminho para a chapa de vereadores, sair coligada ou não?

RR – Em princípio, sou favorável à coligação. Trabalho pela construção da unidade majoritária e proporcional.

JP – Existe realmente uma espécie de acordo informal entre o PSB, PCdoB, PP e PDT, visando à disputa em SL?

RR – Você esqueceu o PPS. Em verdade, o que há é uma convergência de ideias que pode levar a uma coligação

JP – O senhor, que já foi deputado federal, como vê a bancada maranhense atual diante de questões como a suspensão da licitação da duplicação da BR-135?

RR – Veja bem, se alguma coisa já foi realizada até aqui, justiça seja feita, foi em função da bancada federal, na Câmara. É preciso cobrar dos senadores, também. Ocorre que no Maranhão ainda persiste a figura do senador biônico. Aquele que exerce o mandato sem voto, portanto sem legitimidade para parlar.

JP – Como o senhor avalia o quadro atual do Estado?

RR – O IBGE identificou recentemente os estados com maior número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza. Em números absolutos, o campeão é a Bahia. Em números relativos, é o Maranhão. Ou seja, para cada quatro maranhenses, um conterrâneo nosso está vivendo com menos de 70 reais por mês. Uma tragédia social! Ora, se os grandes empreendimentos econômicos, como siderurgia, petróleo, gás etc., resolverem, por si só, os problemas sociais do Maranhão, porque a Bahia, que tem tudo isso, não resolveu? Claro que o PIB absoluto cresce. Mas, sem incluir as pessoas, o PIB per capita decresce. Pior: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que mede, além da renda, o nível de educação e a expectativa de vida, alcança níveis pornográficos.

JP – Qual deve ser o papel das oposições no Maranhão?

RR – Em qualquer lugar do mundo, o que equilibra governo é oposição. No Maranhão, a concentração de poder é brutal, o que atrapalha o papel da oposição. Contudo, nos cabe criticar. Mas criticar com o ânimo de melhorar, de contribuir, de corrigir rumos. Não torcer pelo quanto pior, melhor.

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