PSB irá pedir cassação de deputado que ameaçou e xingou Flávio Dino
“Flávio Dino, vem buscar minha arma, seu merda!” Assim o deputado Sargento Fahur (PSD-PR) terminou discurso nesta quinta-feira (9) em evento na Câmara em defesa da indústria armamentista e do direito de o cidadão andar armado.
O encontro, com representantes da indústria armamentista, foi organizado pelos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Julia Zanatta (PL-SC) e Marcos Polon (PL-MS) e aconteceu na manhã desta quinta no Auditório Nereu Ramos. Enquanto Sargento Fahur discursava de forma agressiva, uma criança corria pelo plenário atrás dele.
O deputado classifica de “direito sagrado” a posse e o uso de armas de fogo, comparando-o com o direito a ter “uma geladeira” ou “um automóvel”. E diz que o presidente Lula quer subtrair das pessoas esse direito por vingança.
Fahur, que é policial militar aposentado brada: “Como eu, que passei minha vida dando tiro e coronhada em bandido, vou andar desarmado?”. Ao final, então, ele xinga e ameaça o ministro da Justiça, Flávio Dino.
O PSB, partido ao qual Flávio Dino é filiado pelo qual foi eleito senador pelo Maranhão, divulgou uma nota de repúdio ao discurso de Fahur. “É inaceitável que, sob a crença de que sairão impunes pelo quesito da imunidade parlamentar, deputados federais sintam-se livres para cometer crimes contra a vida de outras pessoas ou incitar o ódio e saiam impunes”, critica a nota, assinada pelo líder do partido na Câmara, Felipe Carreras (PE). “Flávio Dino é uma figura pública que vem atuando incansavelmente pela pacificação do Brasil, contra a violência e em defesa da democracia. A bancada do PSB na Câmara não vai admitir esse tipo de ameaça e tomará as medidas cabíveis para que o parlamentar responda por seus atos”.
Felipe Carreras informou que o PSB entrará com representação contra Fahur no Conselho de Ética e na Corregedoria da Câmara.
Em resposta ao Congresso em Foco, o deputado Sargento Fahur invocou a “liberdade de expressão” e a “imunidade parlamentar” para justificar o seu discurso. “Tenho a dizer que fiz uso da minha liberdade de expressão e invoco a minha imunidade parlamentar garantida pela Constituição brasileira”, disse. “Durante quatro anos do meu mandato passado, convivi com deputados de esquerda ofendendo de todas as maneiras o presidente Jair Messias Bolsonaro chamando-o de genocida, mesmo não havendo contra ele nenhum processo ou condenação por genocídio”.
“Não vi nenhum deles punido e não vi partido nenhum entrar com representação contra eles”, conclui Fahur. (Do Congresso em Foco)
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