PSB decide negociar candidaturas em bloco com PT e concentra fundo em eleição para deputado
A direção do PSB decidiu em reunião na noite de segunda-feira que as negociações sobre alianças com o PT nos estados serão feitas agora em bloco e não mais individualmente como vinha acontecendo. Assim, a eventual saída de Márcio França da eleição em São Paulo, por exemplo, passará a ser discutida dentro de um pacote que deve incluir compensações em outras disputas. O prazo estabelecido para concluir as conversas foi 19 de julho, um dia antes do período de início das convenções.
O partido também definiu que 80% da verba a que terá direito do fundo eleitoral, o equivalente a R$ 215 milhões, irá para as candidaturas a deputado federal e estadual. Os postulantes a governador e a senador do partido ficarão com R$ 54 milhões.
Em 2018, quando foi derrotado no segundo turno por João Doria (PSDB) na eleição para o governo de São Paulo, França gastou R$ 20 milhões com sua campanha. O PSB tem cinco campanhas vistas como prioritárias este ano: de Carlos Brandão (Maranhão), de João Azevêdo (Paraíba) e de Renato Casagrande (Espírito Santos), que tentam a reeleição, e de Marcelo Freixo (Rio) e de Danilo Cabral (Pernambuco). Na Paraíba e no Espírito Santo, o PSB ainda não recebeu a confirmação de apoio do PT.
Fora os cinco estados onde as candidaturas são prioritárias, também se colocam como pré-candidatos no PSB, Beto Albuquerque (Rio Grande do Sul), Dario Berger (Santa Catarina), Jenilson Leite (Acre) e Vinicius Miguel (Rondônia), além de França.
Em todos eles, há negociações para alianças com o PT. Os petistas davam como certo o apoio a Vinicius Miguel em Rondônia.
— Decidimos que as negociações com o PT, com as pendências eleitorais que existem entre os dois partidos, devem ser decididas em bloco.Significa que não teremos nenhuma decisão pontual, todas de uma única vez — afirmou Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB.
Em São Paulo, o PT vinha mantendo conversas com França para que ele deixasse a disputa e apoiasse o ex-prefeito Fernando Haddad. Na sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o pré-candidato do PSB em seu instituto.
Siqueira negou que a decisão sobre a divisão de recursos para as disputas a governador e senador faça com que o número de candidaturas tenha que ser reduzido.
— Na eleição passada, tivemos um fundo eleitoral que era um terço do atual e os nossos candidatos fizeram suas campanhas. Portanto, ninguém terá que desistir, a não ser aqueles que porventura, não consigam fazer as suas alianças.
França ainda não conseguiu nenhum partido aliado na eleição de São Paulo. Ele tenta atrair os apoios do PDT, do União Brasil e do PSD, que está mais perto de fechar com Tarcísio de Freitas (Republicanos).
— Não existe pressão nenhuma por parte de ninguém do PSB para que Márcio retire a candidatura. Se ele quiser ser candidato, será candidato. Há de fato uma reivindicação do PT de apoiar Haddad com critério de pesquisa e nós não decidimos isso — concluiu o presidente do PSB. (O Globo)
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