PSB critica Venezuela e sai do Foro de São Paulo
O PSB (Partido Socialista Brasileiro) decidiu hoje deixar o Foro de São Paulo. A posição foi aprovada por unanimidade em reunião da Executiva, em Brasília. A decisão será registrada em uma resolução para deixar claro que a sigla não participa e quer que retirem o nome do partido de qualquer discussão referente ao Foro. O documento também fará uma crítica ao autoritarismo do governo ditatorial de Nicolás Maduro, na Venezuela. O texto ficará pronto no encontro do PSB que acontece entre hoje (30) e amanhã (31).
“Não defendemos o [autoproclamado presidente Juan] Guaidó, não defendemos o [presidente dos EUA, Donald] Trump, mas que fique claro nosso posicionamento e que nós não concordamos com a posição do Foro de São Paulo”, disse um dos membros do partido, sob reserva. Desde o ano passado o partido tenta se distanciar ideologicamente do PT – membro influente no Foro. Nas eleições majoritárias o PSB não teve candidato e permaneceu neutro até o segundo turno, quando declarou apoio a Fernando Haddad (PT).
O partido tenta se afastar do grupo há alguns meses e quer oficializar seu distanciamento. O distanciamento se dá um ano antes das eleições municipais. Durante as eleições do ano passado a vinculação com o Foro foi alvo de ataques de campanha de candidatos à direita, como Jair Bolsonaro (PSL). Na disputa pelo governo de São Paulo, João Doria (PSDB), usou reiteradamente ligações com grupos de esquerda para atacar o então governador e adversário Márcio França (PSB). O tucano venceu o pleito.
O Foro de São Paulo é uma organização pluripartidária criada em 1990. O grupo justifica que sua função é pensar e promover alternativas políticas às ideias neoliberais. Os membros são de 26 países diferentes, entre eles Cuba, Venezuela, Argentina, Chile, Bolívia, Colômbia, México e outros latino-americanos e africanos. O grupo tem uma visão mais flexível às críticas feitas ao regime cubano e venezuelano.
Com a saída dos socialistas, o grupo ainda terá como membro os partidos brasileiros: PDT, PCdoB, PCB, PPL, PPS e PT.
Expulsão de infiéis
A reunião de sábado analisará a situação de deputados que votaram contra orientação do partido, a favor da Previdência. O sentimento no partido é de que haverá uma suspensão da função partidária e pode haver expulsão em caso de reincidência, em próximas votações. UOL
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