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Promessa do governo Roseana de reabrir restaurantes populares foi esquecida

Do Jornal Pequeno

Sem funcionar há mais de um mês, em razão do término do contrato da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) com a empresa fornecedora de refeições (Serv Food), os restaurantes populares da Areinha e da Cidade Operária continuam fechados. Os restaurantes – que serviam bandejões a um preço simbólico de R$ 1 – foram abertos em dezembro de 2009 e a iniciativa agradou a população, pois a comida era de um valor acessível e de qualidade.

Foto: G. Ferreira. O restaurante popular da Areinha está fechado há mais de um mês

Em 16 de junho – um dia depois do fechamento – o governo prometeu ao Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Maranhão (Consea-MA) buscar uma solução para reabrir os restaurantes, mas a promessa ao que parece foi esquecida. Cada unidade do restaurante popular era responsável por produzir, diariamente, cerca de mil refeições.

Segundo o presidente do Consea-MA, Miercio Roberth Lopes Martins, o Conselho tem insistido na reabertura dos restaurantes populares, mas o governo do estado tem protelado o assunto. Miercio afirmou que foi proposto ao governo um aditivo de dois meses ao contrato com a Serv Food ou uma contratação em caráter de emergência, mas essas possíveis soluções foram desprezadas pelo governo.

“Nós recebemos a atitude do governo estadual com indignação, pois, afinal, trata-se da alimentação de pessoas necessitadas, e os restaurantes populares diminuem a insegurança alimentar em que essas pessoas vivem”, disse Miercio.

No local que abrigava o restaurante popular da Cidade Operária tem uma placa de ‘Aluga-se’

Para os usuários dos restaurantes, o fechamento dos estabelecimentos prejudica as comunidades pobres, tanto Areinha como da Cidade Operária. “O restaurante está fazendo muita falta. A comida era muito boa e o preço, acessível. Todo mundo que trabalha e mora na Areinha comia aqui”, afirmou Arison de Cássio Brandão, morador da área.

Já as comerciantes Euzimar Costa e Lílian Costa, da Cidade Operária, afirmaram que mais de mil pessoas almoçavam no restaurante popular e que tinha gente que comia até as sobras dos bandejões. “A comida a baixo preço atraía todos os que moram aqui na região, e vinha gente até do Maiobão. Eu posso te afirmar que tem gente passando fome depois que fecharam aqui”, afirmou Euzimar.

Para o Consea, Ministério Público Estadual deveria entrar no caso, pois o governo estaria descumprindo a Lei Estadual 8.541, de 26 de dezembro de 2006, segundo a qual o Estado tem que dar prioridade na distribuição de recursos no combate à fome.

“O que está havendo é uma clara falta de vontade política por parte do governo estadual. Se o governo realmente quisesse, já teria resolvido o assunto”, afirmou Miercio Lopes.

Ele lembrou que uma cozinha industrial, localizada no Bequimão, que servia 200 refeições diárias também por R$ 1, foi igualmente desativada no ano passado.

A reportagem do Jornal Pequeno esteve nos locais em que funcionavam os restaurantes populares – na Areinha e na Cidade Operária – e constatou que já tem uma placa de “Aluga-se” no prédio que abrigava o restaurante da Cidade Operária.

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