“Prisão de João Abreu não é política”, diz secretário
O Secretário Estadual da Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, disse na manhã de hoje em Timon, que a decretação da ordem de prisão dada a João Abreu, o ex-chefe da Casa Civil do governo Roseana Sarney, em nada tem haver com questões políticas, como alguns meios de comunicação tentam desvirtuar nesta sexta-feira(25). A afirmação foi dada durante reunião que o secretário teve com várias autoridades da segurança pública local e convidados no Centro de Treinamento Professor Wall Ferraz.
O ex-secretário da Casa Civil do governo Roseana Sarney foi preso na tarde desta sexta-feira (25) ao desembarcar no aeroporto Cunha Machado, em São Luís.
“No código penal brasileiro não tem a previsão de prisão por divergências políticas. O que existe na Superintendência de Investigações Criminais são depoimentos prestados do senhor Alberto Youssef e de outros envolvidos com propinagem no país e no estado do Maranhão, informando o envolvimento de membros do governo anterior com corrupção. Daí veio o pedido de prisão preventiva acatado pela justiça. A polícia de hoje não escolhe nome nem sobrenome, nem prende o bandido pelo pequeno patrimônio que tem ou deixa de prender pelo patrimônio agigantado que possui. A ordem é cumprir a lei contra qualquer um que tenha desvio de conduta. E assim é que estamos ordenando o sistema estadual de segurança”, explicou Jefferson Portela a uma platéia que incluiu o prefeito de Timon, Luciano Leitoa, deputados estaduais Alexandre Almeida e Rafael Leitoa, promotores de justiça, delegados, vereadores, comandante da PM do Maranhão, dentre outros.
Segundo a investigação, que ocorre em segredo da Justiça, João Abreu teria recebido R$ 3 milhões em propinas para garantir que o governo estadual fizesse o pagamento de precatório no valor de R$ 134 milhões à empresa Constran-UTC Engenharia. Em depoimento de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef disse que pagou propina a João Abreu, que foi chefe da Casa Civil do Maranhão, quando Roseana Sarney governava o estado. Conforme Youssef, a “comissão” tinha por objetivo favorecer a empreiteira UTC/Constran com a liberação de um precatório referente à obras de pavimentação da BR-230 na década de 1980.
Diferente do que foi publicado em um jornal local nesta sexta-feira (25), o juiz federal Sérgio Moro não disse que não existiam provas contra João Abreu em janeiro deste ano. Moro disse que falta melhor apuração. E foi justamente por isso que determinou a abertura do Inquérito Policial pela Polícia Civil do Maranhão.
Foram depoimentos de vários envolvidos que indicaram que João Abreu recebeu propina. E por conta das provas levantadas durante a investigação que o juiz Osmar Gomes, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, decretou a prisão. A Polícia do Maranhão, tentou cumprir a decisão judicial.
João Abreu tem obrigação de falar onde está o dinheiro da mala preta do doleiro Alberto Youssef deixada no Hotel Louzeiros (Youssef disse em depoimento que, em 2013, viajou a São Luís, em avião fretado, para levar uma parcela de R$ 1,4 milhão ao ex-chefe da Casa Civil, mas foi preso pela Polícia Federal antes de entregar o dinheiro). Deve dizer a razão do precatório da Constran furar a fila de pagamentos. Abreu deve explicar como o braço direito de Youssef, Rafael Ângulo, conhecia detalhes do interior do Palácio dos Leões.
Ao invés de dar estas explicações – já que não pode – o ex-secretário e outros membros do alto escalão do governo Roseana se limitam ao discurso de perseguição política. Coisa de quem não tem mesmo como explicar. (Com informações dos blogues de Elias Lacerda e Clodoaldo Corrêa)
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