Por que Flávio Dino deverá apoiar Edivaldo Holanda Júnior
Analisando as duas últimas pesquisas divulgadas, e levando em conta a orientação política da direção nacional do PDT, pode-se concluir que tudo caminha no sentido de que o deputado federal Edivaldo Holanda Júnior (PTC) seja o candidato a prefeito de São Luís apoiado pelo presidente da Embratur, Flávio Dino (PC do B), e pela maioria dos partidos da oposição de esquerda (campo democrático e popular). Tire-se dessa lista, claro, o ex-prefeito Tadeu Palácio (PP), que será candidato em qualquer hipótese (não sendo pela oposição, será o plano B da oligarquia Sarney).
Edivaldo Júnior está se credenciando em função de haver melhorado nas pesquisas (já aparece em empate técnico com Tadeu Palácio, segundo a pesquisa Escutec divulgada esta semana) e porque é praticamente certo receber o apoio do PDT, fato relevante pela tradição da legenda na capital e por ter uma militância muito vibrante. Além de somar no tempo de televisão no horário eleitoral.
O embarque dos brizolistas do campo político ao nome de Holanda Jr. é defendido pelo deputado federal Weverton Rocha, pelo presidente estadual Julião Amim e por outros dirigentes como o ex-vereador Renato Dionísio e o ex-secretário Jerry Abrantes.
Acrescente-se ainda que, de acordo com uma pesquisa qualitativa realizada na segunda quinzena de abril, onde um dos principais itens avaliados foi o perfil do candidato desejado pela população – em particular os eleitores de Flávio Dino, constatou-se que o desejo marcante é o da mudança. Houve um significativo sinal de preferência por um nome novo.
Nesse cenário, destacaram-se os nomes dos deputados estaduais Bira do Pindaré (PT) e Eliziane Gama (PPS), bem como de Edivaldo Júnior. Bira perdeu as prévias para o PT sarneysista e já não está mais na disputa. Eliziane, mesmo tendo um desempenho razoável nas pesquisas, teria maior dificuldade de receber o apoio de Flávio Dino por ser do PPS que, apesar de aliado histórico do PC do B em São Luís e no estado, faz dura oposição ao governo Dilma. Sendo Dino membro do alto escalão do governo e aliado nacional do PT, ficaria difícil justificar a aliança com os socialistas.
O ex-prefeito Tadeu Palácio (PP), embora pontue bem em todos os levantamentos quantitativos, tem como barreiras a rejeição (natural de quem já foi prefeito por duas vezes – sua primeira gestão razoável e última desastrosa e marcada por escândalos, na qual sua imagem desgastada serviria de munição farta para qualquer adversário desmontá-lo no horário eleitoral) e o fato de haver rompido com o ex-governador Jackson Lago como também ter composto a equipe da governadora Roseana Sarney, como secretário estadual de Turismo.
Palácio é visto como um forte candidato para enfrentar o também forte prefeito João Castelo (PSDB), mas sofre com a desconfiança de que poderia se “bandear” novamente para o grupo Sarney. Pode estar a serviço do clã para dividir as oposições e impedir a vitória de Flávio Dino ao governo em 2014.
Resta saber qual será a posição do também pré-candidato Roberto Rocha (PSB), quadro político qualificado e claramente oposicionista ao grupo Sarney, mas que até agora não pontuou tão bem nas pesquisas. Se seguirá associado ao projeto político liderado por Flávio Dino, ou se a banda do PSB comandada pelo presidente estadual, José Antônio Almeida, levará o partido para uma coligação com o prefeito João Castelo.
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