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Por que o tempo fechou no grupo de WhatsApp dos ministros de Bolsonaro

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, usou um grupo de WhatsApp com todos os ministros do governo Jair Bolsonaro para atacar, nesta terça-feira, o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto. A briga foi confirmada à reportagem por três fontes, depois de ser revelado pela coluna Radar, da revista “Veja”.

Segundo uma pessoa que viu as mensagens, Álvaro Antônio acusou Ramos de conspirar para tirá-lo do cargo junto a Bolsonaro. Nas palavras de outra fonte do Planalto, ele “entrou no pau” contra o ministro da Segov, irritado porque ele estaria negociando cargos com o centrão do Congresso, entre eles o próprio Ministério do Turismo.

O presidente Bolsonaro, por sua vez, teria se irritado ao ver a exposição de mais uma briga entre integrantes do governo. O ministro do Turismo então voltou ao grupo para se retratar com Ramos e colocar panos quentes na discussão, admitindo que se excedeu.

Procurada pela reportagem, a assessoria do ministro Ramos informou que não se manifestaria. Já a de Marcelo Álvaro Antônio não tinha resposta até a publicação deste texto.

No fim de outubro, foi o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que atacou Ramos, mas publicamente, chamando-o de “Maria fofoca” no Twitter. Bolsonaro determinou que problemas entre seus subordinados fossem resolvidos internamente e Salles veio a público dizer que conversou com o colega de ministério e pediu desculpas pelo excesso para colocar “um ponto final nisso”.

Uma avaliação nos bastidores do Planalto foi que Marcelo Álvaro Antônio foi instigado por desafetos de Ramos a culpar o ministro da Secretaria de Governo em meio a notícias de que Bolsonaro planeja uma reforma ministerial para o começo do ano que vem. O nome dele e do ministro Onyx Lorenzoni, da Cidadania, têm sido aventados para deixar o governo.

Na semana passada, o GLOBO informou que o presidente cogitava abrir espaços em ministérios e cargos estratégicos para que congressistas apoiem os candidatos do Palácio do Planalto nas disputas em 1º de fevereiro do ano que vem. Na ocasião, a principal meta era derrotar o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Mas no domingo, o Supremo Tribunal Federal decidiu que não poderá haver reeleição nos comandos das Casas na mesma legislatura.

Passado o julgamento do STF, que modificou o cenário político, interlocutores do Palácio do Planalto apontam que não é hora de negociar cargos. O Globo

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