Polícia Federal vasculha cartórios no Maranhão
A Operação Perfídia, que investiga lavagem de dinheiro internacional, blindagem patrimonial e evasão de divisas com ramificações em pelo menos cinco países, fez buscas em cartórios extrajudiciais no Maranhão nesta quarta-feira, 26. No Estado, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. Destes, três foram em cartórios em São Luís e no interior.
Em 2016, em endereços ligados a um dos integrantes da organização, segundo a Polícia Federal, foram encontrados documentos que apontam para uma empresa offshore controlada pelo esquema no exterior que pode ter movimentado US$ 5 bilhões.
A Polícia Federal investiga se integrantes da organização realizavam operações de câmbio não-autorizadas, além de dissimularem a aquisição de imóveis de alto valor e promover a evasão de divisas. Para isso, eles se utilizavam de ‘laranjas’ e falsificavam documentos públicos, especialmente certidões de nascimento emitidas em cartórios no interior do Brasil.
As investigações começaram a partir de uma prisão em flagrante ocorrida na imigração do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília/DF, em agosto de 2016.
O denominado núcleo duro do grupo, formado por proprietários de postos de gasolina, agências de turismo, lotéricas, entre outros estabelecimentos, era responsável pela aquisição fraudulenta de imóveis e ativos para fins de lavagem de dinheiro. Somente em uma das operações de compra e venda identificadas pela PF o negócio chegou a R$ 65 milhões.
A organização criminosa contava ainda com o apoio de advogados, contadores, serventuários de cartórios, empregados de concessionárias de serviços públicos e até de um servidor da Polícia Federal.
Em ação realizada ainda no ano de 2016, em endereços ligados a um dos integrantes do núcleo duro, foram encontrados documentos que apontam para uma empresa do tipo offshore controlada pela organização no exterior que pode ter realizado movimentações que excedem US$ 5 bilhões.
O nome da operação é uma referência à traição e deslealdade dos integrantes do núcleo duro da organização criminosa com o País. (Estadão)
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