Polícia Federal descarta emboscada em assassinato de indígena no Maranhão
A Polícia Federal (PF) do Maranhão descartou a possibilidade de emboscada ou conflito étnico no assassinato do indígena Paulo Paulino Guajajara, morto no início de novembro na Terra Indígena Araribóia, região de Bom Jesus, no Maranhão. O não-indígena Márcio Gleik Moreira Pereira também morreu na mesma ocasião. Segundo a PF, as vítimas foram feridas durante uma troca de tiros nas proximidades de Lagoa Comprida. A corporação, no entanto, não esclareceu as circunstâncias do confronto.
Segundo a PF, quatro pessoas foram indiciadas pelas mortes — a corporação não informou quem são elas. O inquérito policial concluiu ainda que a causa do conflito foi uma motocicleta de um dos não-indígenas que havia sido depredada. Em nota, a polícia chamou o episódio de “lamentável”.
“Ao final das investigações, que contaram, dentre outros elementos, com exames médicos periciais, testemunhos e declarações dos envolvidos sobreviventes, foi possível afastar as hipóteses relacionadas a conflitos étnicos ou mesmo por emboscada de madeireiros a indígenas, tudo convergindo para a conclusão de que o lamentável episódio se originou da troca de tiros motivada pela posse de uma das motocicletas utilizadas pelos não indígenas.”
Os quatro indiciamentos foram encaminhados à Justiça Federal e ao Ministério Público Federal.
Ataques a indígenas na região
Paulino era integrante de um grupo de agentes florestais indígenas autodenominados “guardiões da floresta”, do povo Tenetehara. Na época do assassinato, a Secretaria de Direitos Humanos do Maranhão informou que ele havia sido morto numa emboscada. Um “dos fazendeiros envolvidos no ataque”, também morreu, segundo informou a pasta por nota.
O líder indígena Laércio Souza Silva foi ferido no braço durante o conflito. Ele chegou a dar uma entrevista relatando que seu grupo foi atacados por cinco madeiros.
No ano passado, o Maranhão foi o epicentro da escalada de violência contra indígenas; o estado registrou quatros mortes de Guajajaras em menos de um mês e meio na região. O Globo
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