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Pobre Eike Batista

Por Gilberto Dimenstein, na Folha de São Paulo

Desde que anunciou que sua meta de vida era ser o homem mais rico do mundo, Eike Batista virou centro de uma bolsa acompanhada pela imprensa: sua posição no ranking transformou-se em notícia periódica. Tenho o maior respeito pelos empreendedores, eles geram inovação e empregos. Mas é uma pena que nosso candidato a homem mais rico do mundo gere tão maus exemplos – e tanta futilidade.

Vejam a notícia que acaba de sair: uma de suas obras (o porto Açu) teria provocado a salinização de água doce usada por agricultores e pescadores no Rio – essa afirmação é feita por pesquisadores da Universidade do Norte Fluminense.

Pergunto: o que adianta ser o homem mais rico do mundo cercado de tantas desconfianças sobre seu respeito com a comunidade?

Uma das coisas que mais gosto nos Estados Unidos ( e gosto muito) é como os milionários e bilionários entregam-se a projetos sociais. E quanto mais rico, maior sua doação. É o caso de Bill Gates. Não é a toa que os Estados Unidos são tão fortes.

Seria uma bela lição a nação ver um homem tão rico como Eike como um campeão em filantropia -e não acusado de poluir águas ou se mostrar fútil a ponto de ter carros na sua sala de estar.

Isso só reforça o preconceito contra os empreendedores – a mola de inovação de uma nação.

Sob esse aspecto, ele pode ser bilionário, mas está cada vez mais pobre.

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