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PMDB vai avaliar em 30 dias rompimento com o governo

O vice presidente Michel Temer, o presidente do senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, participam do Congresso do PMDB no Hotel Nacional em Brasília, nesta quarta-feira (17)

O vice presidente Michel Temer, o presidente do senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, participam do Congresso do PMDB no Hotel Nacional em Brasília, nesta quarta-feira (17)(Pedro Ladeira/Folhapress)

Veja – Sob gritos de “fora Dilma” e “Brasil para frente, Temer presidente”, o PMDB abriu neste sábado a convenção nacional que reconduzirá o vice-presidente da República, Michel Temer, ao comando do partido, em meio a pressões majoritárias para o desembarque do governo Dilma Rousseff. Oposicionistas do PMDB leram a Carta de Brasília, um manifesto político que condena a crise do governo petista e exige o abandono imediato da aliança. Eles aceitaram a proposta do vice-presidente: postergar em trinta dias a decisão de sair do governo federal.

“Propomos que o PMDB se afaste imediatamente dessa desastrosa condução do país e atue de forma independente no Congresso Nacional. Temos que desembarcar do governo que não nos respeita nem considera”, diz trecho da carta.

Além da Carta de Brasília, os diretórios e parlamentares oposicionistas propuseram uma moção que exige a “imediata entrega de cargos” em todas as esferas do Executivo federal, sob pena de abertura de processo de expulsão. A cláusula foi incluída para tentar enquadrar ministros como Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Marcelo Castro (Saúde) e Katia Abreu (Agricultura) – nomes que, na avaliação deles, devem se manifestar contra o rompimento. A moção afirma que o quadro econômico é “caótico” e que é “notória a incapacidade do governo federal para enfrentá-lo”.

A carta tem o apoio de diretórios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Acre, Espírito Santo, Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, entre outros.

O acordo prevê que, nesse prazo, a Executiva Nacional a ser eleita neste sábado pelo Diretório Nacional se manifeste sobre a moção de rompimento. Um dos principais assessores do vice-presidente avalia que o partido “vai deixar o governo mais adiante”.

Os parlamentares favoráveis ao impeachment de Dilma acreditam que, ao longo do período, aumente a pressão de movimentos de rua contra o PT e também a deterioração da economia.

“O Michel tem condições de ser o Itamar [Franco], mas precisa mostrar ao Brasil que o PMDB está unido”, disse o deputado Darcísio Perondi (RS). “Queremos o PMDB do Senado conosco, principalmente o Renan e o Eunício. O Michel vai mostrar que tem a unidade no PMDB. Se o PMDB não tiver responsabilidade vai ser arrasado pelas ruas com o PT.”

“Esses trinta dias são o tempo que o PMDB vai ter para analisar a situação, buscar caminhos e coragem para seguir em frente”, ponderou o senador Valdir Raupp (RO), vice-presidente do partido, citando o Papa Francisco.

Segundo oposicionistas, o recuou se deve pela necessidade de convencer a bancada do Senado, sobretudo, o presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), e o líder do partido, Eunício Oliveira (CE). “O argumento do [senador Romero] Jucá foi: quem vai comandar o impeachment no Senado?”, afirma um deputado, sob anonimato.

Carta com proposta de rompimento do PMDB com o governo

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