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Planilha sugere repasse ilegal de R$ 400 mil a Sarney Filho, hoje ministro

18-02-2016 Jose Sarney Filho, Acompanhamento as Acaes Referentes a Epidemia de Zika Virus e a Microcefalia. Foto: Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***

O acordo de delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, relacionou mais um ministro do governo Michel Temer. Uma planilha com valores e datas produzida por Machado e entregue à PGR aponta que o filho do ex-presidente da República José Sarney, Sarney Filho, atual ministro do Meio Ambiente, recebeu R$ 400 mil como “vantagens ilícitas em doações oficiais” no ano de 2010.

Naquele ano, Sarney Filho foi candidato a deputado federal pelo PV (Partido Verde) do Maranhão. Segundo a prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral em 2010, a direção estadual do PV no Maranhão recebeu R$ 1 milhão em doações durante a disputa eleitoral. Desse total, R$ 400 mil vieram da empreiteira Camargo Corrêa e R$ 135 mil da construtora Queiroz Galvão.

Na planilha entregue por Machado, o valor de R$ 400 mil ligados a Sarney Filho aparece ao lado da sigla “CC”, provável referência à Camargo Corrêa. Há na planilha outros valores ligados a José Sarney e à sigla “QG”, suposta referência à empreiteira Queiroz Galvão.

Nos depoimentos que prestou na delação premiada, Machado não citou o nome do atual ministro do Meio Ambiente, mas a planilha entregue por ele inclui o nome de Sarney Filho. O papel descreveria a forma pela qual Machado distribuiu ao ex-presidente Sarney um total de R$ 18 milhões em “vantagens ilícitas” entre 2006 e 2014. Nesse período, Machado presidia a Transpetro, subsidiária da Petrobras.

Machado assim descreveu sua relação com José Sarney e a decisão de começar a pagar: “Conheço Sarney desde 1982, quando ele foi candidato a vice-presidente da República. No ano de 2006, fui procurado por ele, que relatou suas dificuldades em manter sua base política no Amapá e Maranhão, e pediu ajuda. Eu disse que ia examinar e ver o que poderia ser feito. Definimos então um pagamento anual para a sua sustentação política.

Esse pagamento se deu mediante doações oficiais e não oficiais, realizadas por meio de pagamento de vantagens ilícitas pelas empresas que possuíam contratos com a Transpetro. Os pagamentos foram realizados até o ano de 2014″.

Segundo o delator, esses valores foram pagos em doações oficiais ou em espécie, com dinheiro providenciado por empresas que tinham contratos com a Transpetro. (Folha de SP)

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