PGR pedirá à Suíça informações sobre contas de filhos de Lobão
A Procuradoria Geral da República vai pedir às autoridades suíças informações sobre contas pertencentes aos filhos do senador Edison Lobão (PMDB-MA) bloqueadas pela procuradoria daquele país em uma investigação sobre suspeitas de corrupção.
Lobão é alvo de três inquéritos relacionados à Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal:
*um para averiguar se ele recebeu dinheiro de empresas que participaram da obra de Angra 3 para financiamento de campanhas do PMDB;
*outro para saber se participou de uma quadrilha envolvendo integrantes do partido no Senado para desviar dinheiro da Petrobras;
*e um terceiro que apura se houve desvios e pagamento de propina na usina de Belo Monte.
As suspeitas são da época em que ele era ministro de Minas e Energia. Lobão foi ministro da pasta nos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Atualmente, é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Lobão sempre negou ter cometido irregularidades.
O advogado do senador, Antonio Cláudio de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que, como o cliente não é investigado na Suíça, o compartilhamento das informações não trará nenhum prejuízo a ele.
Segundo Kakay, Lobão não tem contas na Suíça, e os valores movimentados pelos filhos dele naquele país estão em contas legalizadas e de origem lícita, conforme eles informaram.
A Procuradoria Geral da Suíça informou que Lobão não é investigado naquele país, mas confirmou que há uma apuração em andamento desde 2015 sobre suspeitas de envio de dinheiro oriundo de corrupção e que contas de filhos do senador foram bloqueadas.
Um dos filhos dele, Márcio Lobão, foi alvo de buscas em operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal na semana passada no inquérito sobre fraudes nas obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no qual o pai é alvo juntamente com a cúpula do PMDB.
Conforme as autoridades suíças, por duas vezes foram rejeitados pelo Tribunal Penal Federal, em Bellinzona, na Suíça, recursos contra o bloqueio do dinheiro existentes nas contas. A defesa chegou a alegar que a origem do dinheiro não era ilícita, mas o argumento não foi aceito.
O Ministério Público brasileiro poderá usar as informações nas investigações já abertas sobre a Lava Jato ou instaurar uma nova apuração. (G1)
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