PF apreendeu dinheiro vivo em endereço de Josimar durante operação da semana passada
Da Revista Crusoé – A Polícia Federal apreendeu 70 mil reais, em dinheiro vivo, em um escritório usado pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho, do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, apurou Crusoé. A apreensão foi feita durante uma operação realizada na última sexta-feira, 11. Os policiais visitaram vários endereços ligados ao Maranhãozinho e a outros dois deputados federais, também do PL. Os três são suspeitos de integrar um milionário esquema de desvio de emendas parlamentares destinadas pelo governo federal à área da saúde.
Maranhãozinho estava em casa, em São Luís, a capital do Maranhão, no momento em que os agentes bateram à sua porta. O celular dele foi apreendido. O dinheiro vivo, porém, foi encontrado em outro endereço, também em São Luís, em uma casa que passou a ser utilizada pelo parlamentar como escritório político depois de uma outra operação da PF na qual ele chegou a ser filmado manuseando generosos maços de dinheiro — os valores, segundo a PF, são provenientes do esquema de desvio das emendas. As imagens do flagrante foram reveladas em primeira mão por Crusoé, em dezembro.
Após descobrir que os investigadores haviam instalado uma câmera dentro de seu escritório antigo, no edifício Office Tower, em São Luís, Josimar de Maranhãozinho transferiu seu escritório político para esse outro endereço na capital maranhense onde na semana passada os policiais acharam os 70 mil reais.
Não foi a única apreensão de dinheiro em espécie na ação realizada na sexta. Outros 200 mil reais foram apreendidos em um endereço residencial do lobista João Batista Magalhães, em São Luís, no Maranhão. Magalhães é investigado sob a suspeita de ser um dos operadores do esquema. O lobista, que vive entre São Luís e Brasília, também teve seu endereço na capital federal visitado pelos investigadores. Assim como Maranhãozinho, o celular dele também foi apreendido.
A Polícia Federal tem provas de que o lobista costumava visitar o gabinete de Maranhãozinho na Câmara dos Deputados. Até por isso, o plano inicial dos policiais era incluir o gabinete entre os alvos da busca e apreensão. O pedido chegou a ser feito, mas foi negado pelo ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso no Supremo Tribunal Federal.
A investigação da PF enquadra Josimar de Maranhãozinho nos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Homem de confiança de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, ele é o principal nome do partido no estado e tem se colocado como pré-candidato ao governo local. O deputado também se gaba de ter bom relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro, recém-filiado à legenda, com quem já teve audiências e tirou fotografias que são usadas com frequência em suas redes a pretextos de demonstrar o bom trânsito no Palácio do Planalto.
Os outros dois deputados que também foram alvo da operação de sexta-feira são Bosco Costa e Gildenemir Sousa, conhecido como Pastor Gil, ambos correligionários de Maranhãozinho no PL no Maranhão. No caso de Bosco, a PF descobriu que parte dos recursos provenientes de emendas parlamentares foi depositada na conta dele próprio, de sua mulher e do filho.
Como Crusoé também já revelou, a PF e o Ministério Público apuram a suspeita de que, antes do desvio das verbas, o esquema envolva outro crime grave: alguns deputados federais estariam, literalmente, vendendo suas emendas, que na sequência seriam destinadas a empresas de fachada.
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